Dói demais o mal de amor!
Um punhal envenenado
em meu ventre foi cravado
numa noite de luar.
É veneno exagerado,
que me queima e me lanha,
arrebata e me arrebanha,
sem que eu possa me livrar.
Não há reza que o cure,
nem novena que o segure,
de bem fundo cutucar.
Dói demais o mal de amor.
É um soco lá de dentro
e não há nenhum ungüento
que sossegue tal penar.
Dor bandida, dor ingrata,
vem, irrompe e maltrata
quem na vida, indefeso,
então, deixa-se atacar.
Não há reza que a cure,
nem novena que a segure,
se resolve se entranhar.