Eu não poderia negar
Um pedido assim feito
Pois, moro no Ceará
Por todos tenho respeito
O que vou lhe informar
Se é errado ou direito
Não posso lhe afirmar
Escrevo do meu jeito
A literatura de cordel
É uma coisa bonita
Pode amargar como fel
Dependendo como é escrita
Às vezes doce como mel
Com valor de uma pepita
Ou de uma estrela do ceu
De quantidade infinita
Quando eu era menino
Andava pra todo lado
Nas feiras, sem destino
Ouvindo o cantarolado
Desse povo nordestino
Que na rima é doutorado
Falando com desatino
Alegre ou amargurado
O cordel nunca nasceu
Porque sempre existiu
Dentro de quem morreu
Ou de alguém que partiu
Foi alguém que escreveu
No papel o que ouviu
Divulgou e bem se deu
Talvez assim, ele surgiu
Meu nome é Manoel
Com sobrenome Bomfim
Sou um amante do cordel
Desde "pequeninim"
Como farinha com mel
Rapadura e alfinim
Não sou vítima nem réu
Vou falar um pouco de mim
Meus pais são do Ceará
Da cidade de Iguatu
Eu nasci no Paraná
Em Jandaia do Sul
Mas, saimos cedo de lá
Das terras do Iguaçu
Vimos embora pra cá
Pra região centro-sul
Sou um trabalhador
Do ramo da informática
Uso o computador
Pra tornar a vida prática
Conselhos eu não dou
Sou um pessoa lunática
Não quero ser professor
Cada um tem sua tática
O tempo é apressado
Não espera por ninguém
Jamais é acompanhado
Ele só vai, nunca vem
Contei meus anos passados
São mais de quarenta, hein!!!
Nos meus ombros jogados
Os cinquenta ainda vêm
Ás vezes sou um maluco
Outras, sou bem comportado
Quando ficar velho caduco
Não vou querer ser lembrado
Ao morrer não botem luto
Quero todo mundo animado
Esse é meu salvo conduto
Deixo apenas esse legado
Você está autorizada
A publicar a qualque hora
Mesmo não valendo nada
Caríssima Ana Cora
Poderão ser divulgadas
As minhas!!!...ora, ora....
Pois, o cordel é uma obra
Que vive inacabada