Usina de Letras
Usina de Letras
79 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62340 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22543)

Discursos (3239)

Ensaios - (10410)

Erótico (13576)

Frases (50723)

Humor (20055)

Infantil (5475)

Infanto Juvenil (4794)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140849)

Redação (3314)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6222)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O conto do vigário -- 13/10/2002 - 15:02 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O conto do vigário


Autor: Daniel Fiúza
13/10/2002


O nordeste é muito rico
De poetas e de folclore
Para não pagar o mico
A gente não vai dá mole
Com a verdade eu fico
Só agora eu explico
Estórias que escapole.

Muita coisa é cantada
Por poeta popular
A verdade é explicada
Ou mentira vai contar
Se o causo é verdadeiro
Conte o seu primeiro
E o povo vai acreditar.

O coronel lobisomem
Padre que virou mula
As pessoas sem nomes
Com sua conversa chula
Mulher que hoje é homem
Machos que outros comem
Tem homem que se anula.

Um bode assombrando
Nas noites de lua cheia
A alma que fica penando
Nas encruzilhada alheia
Vivos que vão passando
Morrem de medo, olhando,
Correm dessa coisa feia.

Uma estória contada
Dum vigário esperto
Tinha uma lábia danada
Nada dele era certo
Ele era uma roubada
Com ele numa parada
O negócio era incerto.

O golpe mais conhecido
Foi o maior em questão
De todos o mais atrevido
Ficou famoso então
Deixou alguém falido
Nesse golpe atrevido
Fazendeiro no sertão.

Se um era escolhido
Ele enganava o otário
Nada fazia escondido
Ele tinha um relicário
O golpe ficou conhecido
Por qualquer individuo
Como o conto do vigário.

Existia um fazendeiro
Que criava boi zebu
Tinha capado e inteiro
Era gado pra chuchu
De todos era parceiro
Cabra bom companheiro
Conhecido até no sul.

O padre sabendo disso
Seu gado foi logo olhar
Fez um compromisso
De cem cabeça comprar
Sem nenhum estrupício
Evitando o reboliço
Um golpe foi preparar.

O fazendeiro cobrou
Mil réis cada cabeça
Ao todo cem mil somou,
Com o dinheiro apareça
Pru o padre ele falou
Ainda pediu, por favor,
Venha buscar na terça.

Na terça feira depois
Veio Retirar a boiada
Separou vacas e bois
Estava na invernada
Fez o feijão com arroz
Não contou nem até dois
Preparando à cilada.

O recibo oferecido
Foi o padreco que fez
Cem mil réis o recebido
Na venda daquelas rés
Nada mais era devido
Nada era escondido
Pagou tudo duma vez.

Notas de quinhentos réis
Com duzentas ele pagou
Foram Contadas três vezes
Aí ninguém se enganou
Mas no recibo ele fez
Eu explico pra vocês
O jeito quele enganou.

O recibo relatou bem
E recebeu de bom grado
Cem mil em notas de cem
Na venda daquele gado
E assinou com desdém
Apertou a mão também
E o negócio foi fechado.

O vigário se mandou
Com a boiada ligeiro
O fazendeiro demorou
Pra depositar o dinheiro
Por ser falso ele chorou
Aquele padre xingou
E caiu no desespero.

Viu que foi enganado
Pra polícia foi queixar
O vigário encanado
Barato não ia deixar
Todo o gado roubado
Devolvido e contado
Na sua fazenda a pastar.

O vigário convocado
Foi dá seu depoimento
Sobre o gado roubado
E o falso pagamento
Não se fez de rogado
Fez o caso explicado
Com todo o discenimento.

O falso dinheiro mostrou
Na mesa, o delegado,
Mas o vigário negou
Disse que pagou o gado
Com notas de cem, falou.
Muito sério afirmou
Tenho recibo assinado.

Foi com outro dinheiro
O recibo pode provar
Eu Não sou tranbiqueiro
Aqui eu não vou ficar
Volto pro meu terreiro
Não é meu esse dinheiro
Alguém posso processar.

Nada ficou provado
E o vigário foi liberto
O fazendeiro coitado
Penou na mão do esperto
O caso foi encerado
O vigário libertado
É nada foi descoberto.

Esse golpe se passou
Há muitos anos atrás
Se foi mentira acabou
O povo nem lembra mais
Se foi verdade pegou
A malandragem lembrou
Pois ainda hoje se faz.























Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui