Pedro da silva pereira
Gostava muito da noite
Vivendo só na esbórnia
Nas quengas tinha acoite
Só chegava atrasado
Em casa embriagado
Sua desculpa era amoite.
Sua mulher nada dizia
Aceitava tudo calada
Esperava sua vingança
Não queria dizer nada
Sabia que tinha troco
Sua espera era pouco
Logo seria vingada.
Pedro traia sua mulher
Mas também era traído
Achava-se bem esperto
Fazia tudo escondido
Na casa dele a mulher
Transava com seô José
Que por ela era querido.
Sem desconfiar de nada
Pedro saia com quengas
Em casa dava desculpas
Nunca criava arengas
Dizia que era plantão
Fazendo sempre serão
Era desculpas capengas.
Um dia de muita transa
Levou unhada no rosto
Ficou meio apavorado
Pois ia causar desgosto
Não podia se explicar
Como foi se arranhar
Sem ter nele um encosto.
Se lembrando do gato
Logo bolou um plano
Disse pra mulher dele
A culpa foi do bichano
Brincando o gato unhou
Meu rosto ele arranhou
Quase entro pelo cano.
A mulher ficou bem séria
Depois deu uma risada
Falou que acreditava
Realçando a parada
Disse: - Olha seu moço,
A marca no meu pescoço
Pelo gato fui chupada!