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Cordel-->Glosando mestre Zé Ferro -- 06/07/2002 - 18:47 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Glosando mestre Zé Ferro

Autor: Daniel Fiúza
06/07/2002


Décima glosada do mestre Zé Ferro
1a. Décima do Cordel do trabalhador brasileiro


01-Acorda de madrugada
02-Faz tão pouco que deitou
03-Mal dormiu, nem descansou!
04-A mulher está desmaiada
05-Nem beijou a filharada
06-Vai começar mais um dia
07-Trabalhar sem garantia
08-Batalhar sem esperança
09-É assim desde criança
10-Enfrenta dura porfia.
-------------------x-------------------
I
Acorda de madrugada-01
Às vezes antes do galo
Sua noite não tem regalo
Sua cabeça está inchada
A mulher tá tão cansada
Foi muito tenso pra lida
Cumprir sua sorte sofrida
Espera sempre melhorar
Pra ele só resta sonhar
Pros filhos uma nova vida.
II
Desperta mal alimentado
Faz tão pouco que deitou-02
Nessa noite nem amou
Já acordou meio irritado
Correndo estava atrasado
Não pode perder o emprego
Sendo explorado por galego
Trabalha mais que jumento
Mal ganha pro seu sustento
E a noite nem tem chamego.
III
Tem que enfrentar o dia-a-dia
Sorrindo e com muito humor
Mal dormiu, nem descansou!-03
Ainda lhe sobra uma alegria
Ninguém nota o que sentia
Nem sabe do seu sentimento
Pros patrões é investimento
Com seu trabalho explorado
Seu sangue inteiro é sugado
Por tão pouco pagamento.
IV
O cansaço da esposa amada
Nas tarefas do cotidiano
De noite causa desengano
A mulher está desmaiada-04
Pro sexo não foi despertada
Pobre homem sem seu amor
Nessa falta se acostumou
E nem desfrutar esse lazer
O único que lhe dá prazer,
Mas nem sempre aproveitou.
V
Com essa vida atribulada
Acorda come e sai correndo
Nas primeiras horas tendo
Pouco tempo pra criançada
Nem beijou a filharada-05
quando voltar tão dormindo
Pois volta só no dia findo
Filhos só domingo e feriado
Se extra não for convidado
Com seu patrão lhe exigindo.
VI
Passou uma noite mal dormida
Não teve descanso e nem amor
Sua mulher logo se apagou
De carinho está desiludida
Sentiu-se morta ou perdida
Vai começar mais um dia-06
Como o outro sem iguaria
Sai cedo e volta cansado
Sem dinheiro e amargurado
Se pudesse nem voltaria.
VII
É feliz por está empregado
E a família ter o que comer
O serviço não pode perder
Mesmo sem ser registrado
Segue firme e conformado
Pois nada melhor não teria
Trabalhar sem garantia-07
Foi essa sua ultima opção
Pra salva toda a situação
E a família ter sua alegria.
VIII
Qualquer trabalhador no Brasil
Nessa época de vaca magra
Um simples emprego consagra
Pra cada vaga tem uns mil
Ainda tem que ser bombril
Com sua imensa utilidade
Conhecimento e qualidade
Batalhar sem esperança-08
Ganhar pouco sem poupança
Mal cobre sua necessidade.
IX
Começou no trabalho cedo
Sua infância foi trabalhando
Quando devia tá brincando
Ter alegria sem sentir medo
E sua vida ter outro enredo
Aprendendo algo na escola
Com ensino sendo sua mola
Que ao alto o mundo lança
É assim desde criança-09
O destino não lhe deu bola.
X
Por falta de uma boa instrução
Se sujeita a qualquer serviço
Sem garantia ou compromisso
Ganhando mal pra comprar pão
Vai dando lucro pro patrão
Na história do mais valia
É a escravidão que surgia
O pobre sai sempre roubado
No seu trabalho esforçado
Enfrenta dura porfia.-10







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