Aranha não arranha a jarra
Nem jarra aranha a aranha
Quem tem pressa come cru
Vamos acabar essa manha
Se de medo você se cala
Você é o último que fala
E o primeiro que apanha .
Quero ver quem me ganha
Um bom duelo num cordel
Eu vou enrolar minha linha
Eu tenho um bom carretel
Se uma paca não é tatu
Nem galinha preta é urubu
Sou o desafiante Daniel.
Venha qualquer menestrel
Cada macaco no seu galho
Se tal pai é o tal filho
Tal alho não é bugalho
Se a galinha do visinho
Botar um ovo amarelinho
Pra todo mundo eu espalho
Faça o mote e dê o malho
Venham só ou em tropa
Uma andorinha sozinha
Jamais chegaria a Europa
Em terra de cego eu direi
Quem tem um olho é rei
Falem-me logo quem topa.
O Brasil só pensa em copa
O boi só engorda no pasto
Com o olho do fazendeiro
Já me dizia o velho basto
Quem corre logo se cansa
Andando sempre alcança
Nem todo padre é casto.
Se no cordel você é vasto
Ponha a mão na sua batuta
Mesmo se está começando
Não fique fora da disputa
Cavalo se olha os dentes
Se for dado por parentes
Venha participar da luta.
Não precisa da força bruta
Na refrega de cavalheiros
Também não use baixaria
Somos cordelistas ordeiros
Se você fizer uma gozação
Faça Com muita educação
Não humilhe os companheiros.
Que venham logo os primeiros
Pois todo gato escaldado
Tem muito medo de lingüiça
O desafio está lançado
Fiz das letras uma salada
Pra motivar essa moçada
Pra cordelar ao meu lado.
