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Cordel-->Mar de lama. -- 05/04/2002 - 18:11 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mar de lama.

Autor: Daniel Fiuza
05/04/2002

A sociedade enfurecida
Denuncia esse desmando
Sobre um jovem abastado
Que pouco ta se lixando
Queimou o índio Galdino
E o emprego desse menino
O povo ta questionando.

Seu pai é o presidente
Do tribunal de justiça
La do distrito federal
Onde a justiça é omissa
O garoto ta trabalhando
Muita grana ta ganhando
Nossa revolta ele atiça.

Nomeado com louvor
Diz o Correio Brasiliense
Bruno o marginalzinho
Para um cargo circense
Era pra ser um segurança
Trasferido com festança
Foi ser dentista forense.

Era um concurso público
Com doze vagas a ficar
O malandro não passou
Ficou em 65o lugar
Aumentaram pra setenta
Assim ninguém agüenta
É um prêmio por matar.

O salário de segurança
Era de mil e trezentos
Mas não ficou por ai
Todos estamos atentos
Brasil terra do Jeitinho
Ganhar salário miudinho
Era coisa pros jumentos.

Nomeado pra dentista
O salário quintuplicou
Para seis mil e seiscentos
Com o cargo que ganhou
É uma coisa vergonhosa
Viver nesse mar de rosa
Nessa o crime compensou.

Seô Edmundo Minervino
Ainda teve a cara-de-pau
Afirmou em uma entrevista
Que não houve ato ilegal
Do TJDF sendo presidente
Querendo enganar a gente
Com um ato sujo e imoral.

Até a marca Minerva
Que pra limpeza se usa
Enquanto o sabão limpa
Minervino suja e abusa
A marca fica prejudicada
E a população humilhada
Com essa justiça confusa.

Será que aqui no Brasil
Justiça não mais existe?
Cadê nossos promotores?
Que deixa a gente tão triste
Voltou o coronelismo
Junto com o paternalismo
Botando o dedo em riste.

Aqui fica meu protesto
Um cidadão enfurecido
Querendo um país honesto
Não quero ser oprimido
Quero o fim da corrupção
Orgulhar-me dessa nação
E o povo bem protegido.








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