Quando a seca alarmante
Tange mais um retirante
Pra cidade tão distante
Do seu amado sertão
A saudade do seu chão
Se ele for um violeiro
Vai mostrá-la por inteiro
Nos oito pés do quadrão
Fazendo verso rimado
Também deixa seu recado
No martelo agalopado
Na ligeira e no mourão
Mostra sua inspiração
Na sextilha e gemedeira
Na parcela e na rendeira
Nos oito pés do quadrão
É bonita a poesia
É vibrante a melodia
Que canta com maestria
Pra só parar no refrão
Faz sua improvisação
Cantando horas a fio
Multiplicando por mil
Os oito pés do quadrão
Se a chuva traz esperanças
Acabam suas andanças
Já deixou suas heranças
Na cultura da nação
Só quer voltar pra seu chão
Ver sua terra de novo
E cantar para seu povo
Os oito pés do quadrão
Com todo merecimento
Dou o reconhecimento
Pelo seu grande talento
Poeta lá do sertão
E faço uma afirmação
Serei sempre, cantador,
Singelo apreciador
Dos oito pés do quadrão