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Contos-->Como dói a dor da saudade! -- 08/09/2002 - 02:13 (DENIS RAFAEL ALBACH) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava frio em junho quando ele me deixou. Vivíamos numa rua grande próxima aos jardins em frente à catedral. Morava na casa ao lado da minha e toda tarde escutávamos os sinos baterem. Ele sempre estava lá. São sinais de Deus e um chamado. Um dia estarei com Ele, mas nunca te deixarei.
Não sabia do destino e dos dias do futuro. Recordava apenas o passado e os nossos momentos inesquecíveis. Quando nos vimos pela primeira vez, na esquina de nossa rua, deslizou com a bicicleta no meio da curva e se espatifou sobre o chão. Tive de socorrê-lo às pressas, ficou sem ação logo deitado em meus braços e me chamou de seu anjo da guarda.
O primeiro beijo aconteceu com emoção. Em seguida veio o namoro, o primeiro mês de compromisso e nosso relacionamento corriam seus seis meses.
Nada de casamento, porém, um namoro contínuo, um romance eterno sem tanta seriedade e preocupação.Éramos vizinhos, éramos amigos e nada precisava mudar. Conhecia-nos apenas pelo modo de olhar. Hoje nem posso me aproximar porque seus olhos me dizem que estás nervoso.Foi quando o vi no portão, naquele sábado torturador, quando voltava de meu trabalho depois das cinco horas, inquieto já aguardava a minha chegada com o documento na mão. Que seria aquilo, meu Deus! Abre!
Duas semanas depois embarcou para a Itália. Era tão longe como se fosse para eternidade.Seis meses de um curso preparatório pela sua empresa.Teve de me deixar.
Meu amor por ele, mesmo longe, não acabaria. Seria forte o suficiente para suportar tamanha distância. Meu Deus, como dói a dor da saudade. Meus olhos choram, minha alma derrama lágrimas... por que tanto sofrimento? Só há o tempo como amigo, mas os dias não confortam as lembranças de um amor eterno. Meu Deus,por que tanta saudade? Meus olhos que não conseguem vê-lo e meu coração que palpita a espera de alguém que não vai chegar. Por que tanto tempo que parece para sempre? Nada é mais triste que a certeza de que não vais voltar.
Dúvidas comiam meu coração por aqueles longos meses. Somente quem já amou sabe da vontade de aconchegar seu amor nos seus braços. Mas não poderia vê-lo...triste dia de frio que te levou de mim ao longe. Olho o horizonte tentando te encontrar e saber como estás, mas é tão longe este lugar.
Recebi um telegrama expressando sua urgência em me ver: “APRESSA-TE”. Que saudades tão grande abateu-se sobre meu amor.Sinais de paixão. Por que não ir?Como ele tinha me dito: “São sinais de Deus e um chamado”.Teria de ouvi-lo e atendê-lo. Pus-me a ir ao seu encontro e em menos de três dias estaria junto dele.
Que viagem linda até os caminhos da Itália. Fazia um frio amedrontador. Minhas mãos congeladas mal seguravam o papel que continha seu endereço. Não foi fácil achá-lo. Eu iria rever o meu amor. Nada de aeroporto e um encontro emocionado, iria mesmo fazer-lhe uma surpresa, bater em sua porta, esperar que me atendesse e lhe entregasse um beijo há muito tempo guardado.
Mas nada foi assim como imaginei.Iludi-me. Abriu a porta outro rapaz, um cara com um olhar de morte e tristeza. Não disse nenhuma palavra a princípio. Entregou-me uma mala com roupas, um papel que tinha o endereço do cemitério e um maço de flores para levar ao túmulo de meu amor. Nesta manhã ele nos deixou.Esperava ver-te nos leitos do hospital. Não resistiu a dor e partiu para a eternidade.
Não há dor tão grande quanto a dor da perda.A certeza de que meus olhos jamais viriam os seus olhos sorrirem.Ficariam as lembranças eternas e um amor interrompido.
Entrei pelos portões do cemitério e encontrei seu túmulo com uma foto linda. Sorria como um anjo.Lembro de suas palavras. “Um dia estarei com Ele, mas nunca te deixarei”.
Minha razão de viver.Joguei o maço de flores sobre sua última morada.A morte o levou de mim e se foi sem se despedir.
Meu Deus, como dói a dor da saudade. Meus olhos choram, minha alma derrama lágrimas... por que tanto sofrimento? Só há o tempo como amigo, mas os dias não confortam as lembranças de um amor eterno. Meu Deus, por que tanta saudade? Meus olhos que não conseguem vê-lo e meu coração que palpita a espera de alguém que não vai chegar. Por que tanto tempo que parece para sempre? Nada é mais triste que a certeza de que não vais voltar.
São dois anos na dor de sua ausência. A saudade é como o peso da morte.Saudade e solidão.Quando dão seis horas, em todas as tardes,venho ao portão de minha casa para escutar os sinos na catedral baterem.Sei que você está aqui.









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