Ao fazer este conto, quero resumir tudo quando posso vós informar
dos fatos. Assim, não transigais nunca com a vossa fé, não fraquejais
jamais na luta pela democracia, igualdade social, racismo, preconceitos,
educação, saúde e pela liberdade. não vós curveis em caso algum
ao potenteado da opressão humana, pois amigos, todas as riquezas
do mundo não valem uma só vida de virtude. Há mais de um século
e meio, 1831 nascia um jovem poeta, no qual eu admiro e homenageio
neste conto. falo do maior poeta Brasileiro, no meu conceito; o poeta
da vida e da morte. que em pouco tempo de vida, deixou na literatura
obras impressionante, valiosas, comoventes. Estou falando do
poeta, ÁLVARES DE AZEVEDO. Pobre e só, ele subia com seus
poemas pelas encostas da vida, e o sol, que o apanhava de frente,
doirava-lhe a fronte com todas as ilusões. Tinha uma confiança
enorme em si mesmo e uma fé inabalável em certos principios, que
as maldades dos homens pode contubar, mas não pode destruir a
vida feita em poesia.Com o peito aberto a todos os sofrimentos
humanos, sonhava em vencer e conquistar a glória. Mas vieram os
tormentos, veio a dor, veio a doença, veio a noite. Manuel Antonio
Alvares de Azevedo, tudo isto rompeu. E por cima de tudo isto
passou. E eis que, aos nossos olhos, até hoje é presente a poesia
da vida e da morte, em que a coloca este gênio, este artista, como
um aclamador da desigualdade social e sofrimento do nosso povo.
Eis que se engrandece, transformada por suas poesias em
realidade na planice da vida. Álvares de Azevedo nasceu em 1831 e,
antes de completar 21 anos, morreu de tuberculose. Adolescente
dilacerado por seus conflitos intimos, representa a experiência
humana e Literária mais dramática do nosso Romantismo. Sua
obra poética gira em torno da morte, do amor impotente, da dor.
Só para lembrar:
SE EU MORRESSE AMANHÃ !
- Se eu morresse amanhã, viria ao menos
fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudade morreria, se eu morrese amanhã !
Quanta glória pressinto em meu futuro !
Que aurora de porvir e que manhã !
Eu perdera chorando essas coroas
se eu morresse amanhã !
Que sol !! que céu azul !! que doce na alva,
acorda a natureza mais louçã !!
Não me batera tanto amor no peito
se eu morresse amanhã !!
Álvares de Azevedo.
-Jose Angelo cardoso.-Poeta, contista, artista plastico.
Presidente-fundador. da Academia Guairense de Letras.
Instrumentador Cirurgico. |