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Contos-->Pergunta angustiante -- 17/03/2002 - 10:38 (Jose Angelo Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O grande filósofo do direito no século 20, Hans Kelsen, respondeu à pergunta formulada no titulo de seu ensaio , "O que é justiça". Com exemplar probidade: "Não sei". Foi a Platão e, por intermédio de Paulo, primeiro teólogo Cristão, que descutiu a pregação de Jesus.Tudo na tentativa de responder sua angustiante questão. Para alguns Magistrado a justiça é a legitimidade da lei, pois esta pode ser justa sem ser válida e, pode ser válida sem ser justa.. Mas eu sou um poeta, contista, e conheço vários lugares deste nosso Brasil. E, de repente a gente se ver com alguns episódios da vida, que tem de ser registrar. O rapaz, negro, mal vestido, magrinho, tudo sujo, tremia da cabeça aos pés. Em torno, uma duzia de pessoas aproximadamente, apoiava o policial que , rindo, anunciava o que esperava o rapaz na cadeia. Porque tinha roubado um relógio. Em seguida , os comentários , quase todos no sentidos de pedir a pena de morte ou mais repressão para " Vagabundos, desordeiros, bandidos, ladrões". E assim por diante. Um senhor ao meu lado tentou intervir. Aproximou-se do grupo e perguntou ao rapaz, num tom afável: "Por que você fez isso". O rapaz baixou a cabeça, sem responder, e o policial pediu ao senhor que se afastasse e não procurasse impedir a ação legal. Não sei se é legal ou não, talvez alguma coisa seja; talvez muita coisa não seja, disse o senhor. Não me desacata respondeu o policial. Mas , legal ou não legal, o que isso tem a ver entre nos cidadão virtuosos, e eles, "Miseráveis viciosos".! O que é mais desumano, a virtude das boas consciências, ou o gesto cego , bruto e impensado de quem negocia a liberdade por um relógio de plso? Vendo o medo que o rapaz sentia e a indiferencia dos que o cercavam, pensei se, no Brasil, tem racismo, preconceitos, já não atravessamos a fronteira em que o perdão ainda é possivel. Não imagino outra reação do rapaz preso a não ser o ódio e desejo de revanche. Porque , perguntei a mim mesmo, com rarissimas exceções, temos uma concepção tão tacanha de justiça? Por que prisões superlotadas pancadarias, injurias morais e humilhações. Tem a ver com recuperação de delinquentes e proteção da sociedade. Estamos nos protegendo do que, com esta truculência cotidiana contra os explorados e desamparados, e os dez por cento, continua empurrando os mais frageis até onde não há mais retorno. Eu não me deixo conhecer, alguma coisa esta errada, muitissimo errado, no rumo que tomamos. para que querem riqueza e desenvolvimento se o preço pago por isso é a dureza empedermida do rancor, e do desprezo mutuos. Onde esta a sabedoria e ciência, estocadas em livros, teses e paredes Universitárias !! O que fizemos de tudo isso? onde está nossa memória do passado, da violência da escravidão, das perseguição assassinas. Tudo isso parece evaporar-se diante daquele fato, do olhar desprotegido, amedrontado, ressentido e vingativo do garoto. Não custa lembrar o que dizia Santo Agostinho: " Sem justiça, o que são os reinos senão grandes assaltos; o que são os roubos senão pequenos reinos." Que este conto nos ajudem a compreender que , passado um certo tempo, tudo é tarde demais. -JOSE ANGELO CARDOSO.-Poeta, contista, artista plastico. Presidente-fundador da Academia Guairense de Letras.
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