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Contos-->Sem Nome #2 -- 12/02/2002 - 17:36 (Gabriel Valmont) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fechou os olhos e atirou mais uma vez. A bala perfurou o corpo do rapaz, o sangue saiu bruscamente e ele, deitado e gemendo, virou-se e ficou de costas para ela.
Morreu.
Tara chorou.
Tara tinha 24 anos e se passava por 17, aliás, ela sempre dizia que tinha 17. Seus gostos sexuais não passavam dos 20. "Garotos mais jovens são muito mais corajosos e loucos por experiências novas que os Homens".
Tinha conhecido o Kevin em uma formatura. Linda com uma saia preta e justa que não passava do joelho e uma blusa frente única deixando nú seus braços e costas. Seus cabelos loiros e seus olhos azuis completavam a sua beleza natural.
Tara era extremamente sedutora.
Kevin era extremamente apaixonado. E ele se apresentou para ela neste mesmo baile de formatura. Trocaram alguns "Oi", conversas para se conhecerem, ele perguntou a idade, ela disse 17. Ele tinha a mesma idade que ela portanto achou que se cabiam.
Ele conseguiu pedí-la para ficar com ele, Tara não recusou. Deliciosos beijos, deliciosas carícias e penetrantes olhares foram trocados durante todo o baile.
E o namoro durou 3 meses.

Essa era a primeira vez que eles iriam transar depois de 3 meses e Tara iria matá-lo. Ela estava decidida a fazê-lo pois acabara se apaixonando por Kevin, coisa que ela não se permitia acontecer. Ela não queria amá-lo, ah não!! Ela apenas queria curtir o momento com um garoto de 17 anos. Ela queria apenas beijá-lo, fodê-lo, chamá-lo de meu , mas não queria amá-lo.
E sabia que de certa forma era culpa DELE. Porque diabos ele falou que a amava, pensou. Era um pôr-do-sol magnífico, a lua já aparecia e Kevin olhou nos seus olhos e disse palavra por palavra: Eu te amo.
Sim... essa era a primeira vez que ela ouvia tal frase ser dita com tanta intensidade e amor. Foi tanta paixão que um frio percorreu-lhe a espinha e uma tremida não pôde ser evitada.
Ela se apaixonara.
Hoje tinha comprado o revolver e chegou na casa do namorado, este que morava sozinho em um apartamento. E essa seria a primeira transa dos amantes.
Kevin fez um elegante jantar à luz de velas e eles conversaram sobre o futuro. Sobre o casamento e sobre os filhos. E ele a levou para seu quarto em penumbra e a deitou na sua cama. Kevin foi tirando a roupa de Tara que sentia uma ansiedade e um nervosismo extremo por ser a primeira vez que iria fazê-lo com amor. Os dois nús - com apenas os cobertores por cima do corpo - iniciavam a relação.
Ahhh, Tara. Ela estava surpreendentemente apaixonada. Tanto que ela desejou que esse sexo durasse por muito mais tempo, tanto que ela gozou com tanta intensidade e paixão, com tantas tremidas e realização que esqueceu por um momento dela mesma e olhou para a pessoa que ela mais amava: Kevin.
Depois do orgamo ela deitou no peito do seu amor e elogiaram um ao outro a participação na relação. Trocaram alguns beijinhos e falaram um pouco do que um representava para o outro.
E foi olhando fundo nos olhos dele que Tara pronunciou com veracidade o que a fez chorar: Eu te amo!
Era um choro um tanto contido, mas Kevin aproximou-se dela e deu alguns beijos e disse que eles iriam se amar para sempre.
A linda loira - ainda nua - levantou-se e reitirou da sua bolsa um revólver não muito caro e apontou para Kevin.
Ela o amava.
Ela não se permitia amá-lo.
Atirou.
Kevin olhou profundamente nos seus olhos e perguntou várias vezes o porque dela estar fazendo aquilo. Mas ela não ouvia mais nada, Tara subiu na cama e atirou mais 2 vezes.
Ela olhou para ele chorando, ela olhou para Kevin morto de paixão.

Fechou os olhos e atirou mais uma vez. A bala perfurou o corpo do rapaz, o sangue saiu bruscamente e ele, deitado e gemendo, virou-se e ficou de costas para ela.
Morreu.
Tara chorou.

Vestiu-se e foi embora para o seu apartamento. Lá ela lembrou de todos os momentos que viveram juntos e percebeu que não adiantou, que mesmo com Kevin morto ela ainda o amava. Ela queria ter Kevin nos teus braços, ela queria se encolher nos braços dele e se abrigar o mais rápido possível. Tara queria sentir mais uma vez o doce toque dos teus lábios nos dele.
Tara olhou para baixo e viu o movimento dos carros e sem pensar em nada além de Kevin e do quanto ela o amava, ela saltou. Fechou os olhos e sorriu...

Em algum lugar eles iriam se encontrar.

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