Brasilino Pátria Amada, chegou no trabalho queixando-se de uma dor no cóccix . Falou que escorregou na borda da piscina no Domingo em uma queda desastrada. Detestava ir a médico, mas se automedicava constantemente.
No final do dia, influenciado pelos colegas resolveu passar em uma clínica. Feito os exames de praxe, o médico disse que não havia nada, mas que recomendava ele passar em um Proctologista e um Urologista, tendo em vista já ter passado dos 40 anos. Satisfeito com a consulta, e ciente que não quebrara nenhum osso, sentiu até a dor diminuir. Passado uma semana, a dor renitente começou a incomodar a sua cabeça, tendo em vista não ter seguido os conselhos do médico. Passaram-se três semanas e a dor continuava. Isso estava levando-o a loucura. Finalmente decidiu foi a uma clínica onde havia as duas coisas. Como estava com muita ansiedade escolheu o Proctologista que era o que estava desocupado.
Dr. Galvão era um médico sisudo, mas um excelente Proctologista. Perguntou o que ele sentia, mandou que contasse como tudo ocorreu, preencheu a ficha, tudo de acordo como qualquer outro médico. Feito as preliminares, disse: Tire a roupa, deite-se naquela mesa em decúbito dorsal, que eu vou lhe examinar.
Brasilino tomou um susto. De costas, nu, e de joelhos, para um cara que não conhecia era muito. Sem saber o que falar perguntou: Doutor meu caso é grave ? - Não Sr. Brasilino, é apenas um exame de rotina. - envergonhado, Brasilino tirou a roupa e deitou-se como o doutor pediu. Logo o médico colocou as luvas e pegou um aparelho para fazer o exame. Assim que o introduziu pelo anus, Brasilino, disse: Doutor que
é isso, esta me rasgando todo ! - É impressão sua, isso é apenas para verificar se você tem hemorróidas. Não se preocupe. A medida que o espectro se alargava, Brasilino sentia como se um buraco fosse do tamanho de um copo. Não suportando mais disse: Doutor pare ! o senhor me rasgou todo ! - Calma! Disse o medico já retirando o aparelho. - Pelo visto, sinto que o problema é para um urologista. - Doutor ! ou senhor não tem que sentir nada ! quem sente aqui sou eu ! E agora como é que vou sair daqui desse jeito ? - Vista a roupa e saia. - Como ! se estou todo arrombado e me defecando ! O senhor não está se defecando. Ë apenas impressão, face a introdução do aparelho. - Mas eu estou sentido que não chego aquela porta que vai arrear tudo que tenho aqui ! - Vai não Sr. Brasilino. Fique tranqüilo. Vista-se e levante-se que passará. - Brasilino levantou-se desconfiado. Vestiu-se e andou em direção a porta. Passou a mão nas calças para ver se estava molhada e depois cheirou os dedos. Nada. Tinha certeza no entanto que não chegaria ao estacionamento. Finalmente, depois da indicação do Urologista, retirou-se e foi para o seu carro.
Seguiu para casa e no caminho só pensava como estaria o seu fiofó, após aquele maldito exame. O desgraçado enfiou um guarda-chuva no meu rabo e depois foi abrindo. Estou desmoralizado ! como vou contar isso ao pessoal, a gozação vai ser grande. Chegando em casa, seguiu direto para banheiro. Tirou a roupa, pegou um espelho e colocou entre as pernas para ver a quanto montava o rasgão no meio da bunda. Ao constatar que não havia nada, ficou surpreso, pois mesmo vendo, sentia a mesma sensação de tudo arrombado. Tudo caindo.
No outro dia quando acordou, já não sentia aquela terrível sensação. Pegou a requisição para o Urologista e se mandou para clínica. No meio do caminho pensou com seus botões. Como é que um cara ainda gosta de ser veado ! ainda bem que agora o doutor vai me examinar pela frente ...
No consultório do Urologista depois do preenchimento da ficha, o doutor perguntou: O que é que está sentindo Brasilino ? - Doutor, tecnicamente eu não sei como dizer, e por essa razão fui primeiro a um proctologista, que fez miséria comigo. Enfiou uma espécie de Guarda-chuva no meu escape, foi abrindo, foi abrindo até eu não agüentar mais. No fim depois de todo arrombado, ele disse tranqüilamente que não tinha nada, e que o meu caso era com o senhor. - Muito bem Brasilino ! Agora diga-me sem técnica nenhuma o que você sente ? Doutor, eu tenho uma dorzinha enjoada por traz do baixo ventre, entre o fiofó e o pé dos ovos. - então tire a roupa e deite-se naquela mesa, de frente para mim e dobre as pernas. - Brasilino mais satisfeito, pensou; ainda bem que não me mandou deitar de costas. - O Urologista calmamente foi passando vaselina no dedo indicador, enquanto ia dizendo: Vou ter que sentir a sua próstata - Doutor ! o senhor vai enfiar esse dedo ? Vou, Brasilino. - Mas, não entra Doutor, a urina sai fininha, como é que o senhor vai botar um dedo dentro daquele buraquinho. - Brasilino eu não vou enfiar o dedo no canal urinário, vou introduzir no seu anus ! - Não doutor, não se aproveite da situação, eu fui estuprado ontem, mas não fiquei viciado nem quero seguir a "profissão". Brasilino você disse que agüentou um guarda-chuva, quanto mais um dedinho com vaselina. Garanto que não vai sentir nada e esse exame você vai tirar de letra, sem nem um gemido. Finalmente você é macho ou não é ? - Eu era macho até ontem, hoje eu não sei o que sou, mas tenho certeza do que não quero ser. Nunca ! - Calma Brasilino, todo homem a partir dos 40 anos tem que fazer esse exame, independente de qualquer problema. Vamos lá, abra as pernas, que vou começar o exame. - Com delicadeza, introduziu o dedo e circulou a próstata de Brasilino. - Quando retirou o dedo, Brasilino respirou aliviado. - E ai Doutor ! Terminou ? - Terminei Brasilino. - É grave Doutor ? Não Brasilino, você está com a próstata um pouco alterada no tamanho. Deve ser um inflamação. Quero que você faça um exame de urina e outro de sangue e volte aqui assim que tiver o resultado. Fique tranqüilo, aparentemente não tem nada grave. E a dor Doutor ? Não vai passar um remedinho ? Por ora não, só depois dos exames, se houver necessidade. Como você disse a dor não é tão grande. Ë melhor aguardar para receitar o remédio certo.
Brasilino saiu pensativo do consultório. No caminho para casa começou a pensar no pior. Será aquela doença ? - Chegando em casa, não comeu, foi para o quarto e começou a encher a cabeça de desgraça. - Além de desmoralizado, vou sofrer muito e depois morrer. É o fim. Deixar a família desamparada e esse mundo tão bom.
Com sete dias voltou ao Médico. O doutor olhou os exames, fez outro exame retal e disse: Aparentemente você não tem nada, apenas uma inflamação. Como é que está a potência ? - Que potência Doutor ? Estou há 15 dias sendo violentado, e ainda com risco de ser aquela doença e o senhor ainda pergunta se eu tenho tesão ? Pode passar a mulher mais bonita do mundo, que eu nem noto, se ela está vestida ou nua. E tem mais, acho que nunca mais eu vou gostar do negócio. De oito em oito dias essa estória de enfiar o dedo no meu cano de escape e ficar rodando lá por dentro. Daqui pouco eu vou ficar é viciado e no dia que eu pensar que estou simpatizando com esse tipo de exame, eu dou logo um tiro na cabeça para não cair em tentação. - Calma Brasilino ! as coisas não são assim ! - É fácil para o senhor dizer, calma Brasilino ! mas o senhor já levou dedo e guarda chuva no rabo três vezes em quinze dias ? - Tenha calma, vou lhe passar um antibiótico, e daqui a quinze dias você volta. Deve passar tudo. - E se não passar doutor ? quer dizer que eu estou com o maldito ? E ai o senhor vai falar em operar, cortar um pedaço daqui outro dali até eu bater as botas. - Não vejo razão até agora para uma cirurgia. Tome o remédio e volte aqui. Procure se esforçar para ter relações. Isso ajuda muito.
Quando faltava um dia para terminar o remédio, Brasilino achava que estava pior e já não tinha coragem nem para ir trabalhar. Pediu uma licença médica e ficou em casa. Depois que entregou a licença no emprego, passou em frente da Assembléia que era seu caminho. Ouviu alguém lhe chamando. Era o Antenor seu amigo de longa data, que trabalhava ali. - Como vai Brasilino ? Ainda continua com raiva de político ? - Sem muito entusiasmo respondeu: eu quero é que todos ai se explodam, esse bando de ladrões ! - Você esta magro ? está doente ? O que é que há ? - É, você já notou, todo mundo está vendo que estou me acabando. Estou muito doente. - Brasilino então se abriu com amigo. Contou toda a estória. Antenor ouviu atentamente tudo e no final disse: Você encucou rapaz ! Isso é normal em todo homem da nossa idade. Olhe aqui na Assembléia, oitenta por cento dos Deputados de meia idade só já passaram por Doutor Paulão. É o melhor urologista do estado. Hoje ele praticamente só trabalha para a Assembléia. Até agora ninguém morreu, só um foi operado e é o maior gavião da Assembléia. A boca pequena chamam o Doutor, de Doutor Paulão "dedo de moça". Tem deputado que vai toda semana no consultório levar massagem. Pensa que eles ligam ? Não estão nem aí. - E eu pensei que eles eram somente ladroes. Já vi que alem de larápios também são veados. Arranjaram até um doutor para enfiar um dedo no rabo, e nós pagamos a conta. - Brasilino, tenha calma rapaz! Vou arranjar uma consulta de graça para você. Vai ver o que é um médico ! - De jeito nenhum! Não vou deixar que bote aquele dedo imundo, acostumado com cú de deputado, examinar o meu escape. Não quero pegar o vírus da política, da roubalheira e da veadagem. - Te lembras de Nebaldo ? Estudou com a gente ! - Lembro sim ! era o único fresco da turma. - Pois bem, ele é deputado e o líder de um partido que fez coligação com o governo. Só vive em Doutor Paulão, e dizem que ele não tem nada, mas vai sempre levar uma massagem. - E veado tem próstata ? - Tem rapaz, enquanto ele não troca r de sexo fica tudo igual a você. - Igual a mim um cacete ! Eu estou desmoralizado, mas ainda não pendi para o outro lado e vou morrer assim. Homem, sem tesão, mas macho e honesto ! - Estou brincando Brasilino mas vou arranjar a consulta amanhã para você. Aqui mesmo na Assembléia. Nunca! Não entro nesse antro nem se vou para ir para céu. Sabe de uma coisa eu vou embora que essa conversa não está me agradando. Amanhã é dia do Doutor, quero saber o que ele vai fazer. - Não se esqueça que Dr. Paulão é o melhor. Se mudar de idéia sua consulta está de pé. Ok.? Tá .
No outro dia Brasilino foi ao médico. Quando chegou o doutor perguntou: Como é ? está melhor ? - Estou na mesma doutor. Acho que não tem mais jeito. - Calma!- disse o Doutor. - em seguida fez outro exame e receitou outro remédio, dizendo que com mais 30 dias ele estaria curado, se seguisse as recomendações. Andar diariamente, não comer gorduras e procurar relaxar. Brasilino voltou desolado para casa. A noite pensou: Esse doutor não sabe o que é, está me enrolando. Devo estar com a braba e ele não descobriu. Se não melhorar em uma semana vou para o doutor da assembléia .
Passaram-se dois meses e Brasilino não sentiu nenhuma melhora. Não voltou mais ao doutor. Estava com dez quilos a menos e já não comia. Beliscava apenas. Resolveu por fim falar com o Antenor, para marcar uma consulta particular com Dr. Paulão dedo de moça. Antenor foi rápido e no dia seguinte já estava no consultório. Senhor Brasilino ! Chamou a atendente - Pode entrar.
Quando Brasilino entrou, viu aquele homem de quase 2 metros de altura, voz suave e muito delicado. Quando sentou-se, observou a mão do homem e os dedos. A mão parecia mais uma raquete de tênis. Os dedos do homem pareciam com pilão de cozinha. Apavorado, começou a falar. Olhe doutor ! Há quatro meses que ando de consultório em consultório, tomando remédio e até agora nada! Cada doutor que me examina, mete o dedo no meu escape, fica rodando lá por dentro, depois passa um remédio e manda voltar quando terminar. Quando volto, torna a enfiar o dedo e passa outro remédio e começa tudo de novo. Resultado que é bom, nenhum. Minha dor entre baixo ventre e o fiofó continua. Estou desmoralizado, já estou me sentindo um candidato a veado, de tanto que metem o dedo em mim. - Quando acabou, Doutor Paulão finalmente começou a falar. Senhor Brasilino, o senhor urina muito ? - Muito doutor, e ultimamente muito mais, porque a únicas coisas que eu ainda gosto é água e suco. - Antes o senhor urinava muito ? Não doutor era normal, até começar a ter fastio. - Esse fastio veio com a dor, ou com o tratamento ? De dois meses para cá. - Muito bem. O senhor urina muito porque está tomando muito líquido, isso é normal. E sua potência como vai ? - Doutor desde que meteram um guarda chuva no meu rabo que nunca mais eu tive vontade. Eu só penso que vou morrer e não acho graça em mulher nenhuma. Por isso estou pensando que vou terminar virando bicha. - Mas, o senhor tem ereção ? - Nem de manhã doutor. Não tenho doutor, e acho que nunca mais vou ter . - A quanto tempo o senhor não tem relações ? - Há uns cinco meses. - Dr. Paulão examinou os exames anteriores, as receitas e por fim disse vamos fazer um exame. - Brasilino gelou. - Doutor o senhor não pode dispensar esse exame ? - Não Brasilino, eu preciso sentir o volume de sua próstata e somente com o toque isso é possível. Doutor, já que o senhor não dispensa esse tal de toque, que para mim tem o nome de arrombamento, o senhor não podia em vez de usar esse dedo pilão, usar o dedo mindinho, que eqüivale ao dedão dos outros médicos. - Não Brasilino, mas fique tranqüilo que eu não vou arrombar nada. Depois, quem já levou guarda chuva, um dedinho a mais um dedinho a menos não vai fazer diferença. - Falou em tom de galhofa, igual aos demais. Até então tinha se conduzido com muita discrição. - Brasilino finalmente ficou em posição e Dr. Paulão introduziu lentamente o dedo, circundou a próstata e disse: Agora vai doer um pouco mas passa logo. - Ui! Gritou Brasilino, enquanto o Doutor colhia alguma coisa com uma lâmina encostada na ponta de seu pênis. De imediato, levou a lâmina ao microscópio e ficou examinando. Depois de alguns minutos, virou-se para Brasilino e disse: O senhor não tem nada e nunca teve. Sua próstata está congestionada pela ausência de relações. O tamanho é normal para sua idade, e não há necessidade de nenhum remédio. Trate de melhorar a cabeça, esqueça que vai morrer, e volte a sua vida normal. Se em uma semana não conseguir nada, que não acredito, vá a um Psicanalista, que ele resolverá seu problema. Daqui há um ano volte aqui, só para um exame preventivo de rotina, que já tem idade para isso.
Brasilino saiu do Dr. Paulão aliviado, inclusive da dor que agora era quase imperceptível. Chegando em casa sentiu-se melhor e comeu normalmente. Com poucos dias Brasilino sentiu voltar tudo aquilo que havia desaparecido.
Com mais uma semana, voltou a trabalhar na repartição. A todos contou a epopéia prostática. A gandaia não se furtou aos comentários maledicentes a respeito da estória. Brasilino a princípio não gostou, mas terminou ele também entrando na brincadeira e disse: De hoje me diante eu só vou chamar Dr. Paulão dedo de santo, porque em mim ele fez milagre, consertou minhas duas cabeças.