Sinceramente,preciso descobrir o que dá a outros o direito de cuidarem de minha vida,de opinarem,de se oporem,de confinar-me num rótulo estúpido de " sexo frágil",quando me sinto mais verdadeira,mais original,e mais forte do que nunca.
Sempre li textos,poesias,diversos escritos eróticos,alguns até bem pesados para o termo erótico,e não achei nada de estranho quanto ao gosto do autor,mas foi preciso que eu criasse uma aonde uma mulher expõe seu lado submisso,pronto,lá vem o machismo brasileiro me cobrar a antiga submissão feminina...será que não perceberam que estamos no ano 2002,que a mulher se emancipou faz tempo,que sabe até discutir com seu parceiro sobre orgasmo,e que,em muitos casos,muitos mesmo,é bem melhor e maior que muitos homens?Seria a mulher submissa,quando é o homem que não resiste a um belo par de pernas,e,pasmem,faz loucuras por elas?seria a mulher fraca,quando consegue dobrar o mais duro machão com algumas lágrimas,ou um sorriso bem inocente?Até que ponto somos submissas?Somos passivas,isso sim,odiamos discutir quando podemos vencer a batalha com menos esforço,usamos muito mais a diplomacia do que verbos defasados,discursos enormes,e a velha demonstração de força dos chamados homens machões...e isso nunca foi submissão,é inteligência,algo que falta em muitos homens por este mundo afora.Quanto a minha poesia,nem discuto,eu gostei,não me importa se me chamam de masoquista ou seja lá o que for,não me incomoda,o que me incomoda é acharem que a mulher nunca deve se expor,deve se anular,mas que se dane,gostamos de uns tapinhas,sim,e muitos homens também,isso é fato.
Meus caros homens,já avançamos muito,e em muito já superamos vocês,portanto,cuidado com as mulheres deste século,a "Amélia" foi extinta,existe agora uma nova safra,mais conhecedora de seu poder de fêmea,mais forte,e quanto a mim,continuarei a escrever o que achar que gosto,erotismo,amor,qualquer sentimento que eu achar saudável e prazeiroso,afinal,sou mulher,com um belo M maiúsculo,e com muito prazer...
laura vizentyn
10/09/2002 |