“ As mulheres vão embora.
Elas de repente não estão mais ali e raramente dizem porque.
Elas não vão embora por livre e espontânea vontade, mas simplesmente porque eu espero que se vão.
Eu escolho que elas partam ou que já estejam longe quando entram na minha vida.
A escolha é minha, não delas.
O dia em que você chegou...
...foi o dia em que não houve mais partidas.
Eu queria que você não se apressasse, eu podia esperar.
Ainda que eu quisesse saber tanto de você.
As cores dos seus olhos, quais seriam ?
Seus cabelos, seriam macios ao toque ?
Suas mãos, possuiriam o calor dessa suavidade ?
Eu escolhi que você não fosse embora.
Mesmo que ainda não soubesse se você preferiria O Egípcio a Pontes de Madison, Beatles a Pink Floyd, se gostava de café ou chocolate.
Se iria implicar com meus eternos cigarros. Você não faria isso. Não se eu quisesse que você ficasse. Quem tivesse que permanecer não seria assim.
Muito menos seria perfeita, assim como eu não sou.
Mas esperava que tivéssemos defeitos que pudessem fazer o outro rir.
Que disséssemos sempre, depois das piores brigas: fique.
Que houvesse permanência nas atitudes, nos desejos, e quereres.
Que houvesse cumplicidade e uma história a ser escrita.
Que houvesse chegadas e encontros, muito mais do que procuras.
Desejei também que ao contrário de todas, você não levasse pedaços meus, mas que me ajudasse a encontrar aqueles que espalhei por aí. Eles têm feito falta.
Que não se apressasse, eu podia esperar.
Que chegasse no dia que tivesse que chegar e que fosse numa tarde de outono, com céu azul e vento frio. Para que eu nunca mais me esquecesse dela.
E que eu soubesse que era você, assim que olhasse nos seus olhos. "
O dia em que você chegou, foi o dia em que não houve mais partidas.
O dia em que você partir, será o dia em que não haverá mais chegadas.
