Caco Barcellos, Paris
O senado francês aprovou, nesta noite de quarta-feira, a lei que proíbe o uso de símbolos religiosos - como crucifixos e véus islâmicos - nas escolas públicas do país.
A lei ainda precisa ser promulgada pelo presidente Jacques Chirac para entrar em vigor.
Foram 276 votos a favor e 20 contra. A lei passou por ampla maioria, como aconteceu na Câmara, no mês passado, e deverá ser sancionada, sem problemas, pelo presidente Chirac. Ele próprio defende a lei como forma de proteger o caráter secular da república francesa. Em outras palavras, manter a separação entre religião e estado. Para os críticos, apesar de proibir o uso de outros adereços religiosos como o quipá judeu e o crucifixo cristão, a lei tem como principal objetivo banir das escolas o véu islâmico.
A França é o país da União Européia com o maior número de muçulmanos: cinco milhões. A lei - que tem o apoio de 70% dos franceses - expôs profundas divisões no país e provocou protestos inflamados pelo mundo. Os muçulmanos argumentam que ela é discriminatória e atenta contra a fé islâmica.
O presidente Jacques Chirac tem 15 dias para promulgar a lei. Ela deve entrar em vigor em setembro, quando começa o próximo ano letivo na França.
Jornal da Globo, 3/3/2004
Que diferença!
Enquanto a França evita o domínio religioso, talvez porque não se esqueceram dos horrores da Idade Média, aqui no Brasil, onde o passado cai no esquecimento muito facilmente, a tendência está sendo entregar o poder às igrejas.
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