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Artigos-->Boletim Quimica Net Diario # 149 -- 19/07/2002 - 03:49 (Cristiana de Barcellos Passinato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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There are 4 messages in this issue.



Topics in this digest:



1. BIOÉTICA: audácia e prudência - Newton Aquiles von Zuben

From: "Crispassinato"

2. ENC: Careers Spotlight

From: "Crispassinato"

3. ENC: Comentário à matéria: Alimentos no Microondas

From: "Crispassinato"

4. Menina Moleca - Cris Passinato - Tela Ségio Torreta e Seqüencia Midi Hiram Araújo Filho - Bola de Meia, Bola de Gude - Flávio venturine - Beto Guedes

From: "Crispassinato"





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Message: 1

Date: Thu, 18 Jul 2002 04:06:37 -0300

From: "Crispassinato"

Subject: BIOÉTICA: audácia e prudência - Newton Aquiles von Zuben



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BIOÉTICA: audácia e prudência









Newton Aquiles von Zuben







O tema deste encontro é, a meu ver, uma das

fascinantes e notáveis redescobertas do espírito humano. Como os limites

dessa comunicação não me permitem análise mais extensa e aprofundada,

apresento apenas algumas considerações cuja finalidade é provocar o debate

sobre um projeto que vem se impondo na nossa cultura recente obrigando-nos a

rever a própria idéia de racionalidade.



Assiste-se hoje à rejeição dos dogmas, isto é, do

argumento de autoridade, a reivindicação da autonomia e da liberdade de

consciência, e a emancipação do político em relação ao religioso. Mudanças

consideráveis se processam sem cessar à nossa volta, alterando radicalmente

nossas representações. Tudo aquilo que formou o semblante luminoso da nossa

civilização parece mostrar hoje seu lado sombrio e inquietante, pondo em

risco sua manutenção.



O conjunto de antigas soluções estão sob suspeita e

colocadas em questão. Nessa circunstância, surge o projeto bioético com o

propósito de enfrentar os desafios ao restaurar uma comunidade de

comunicação, uma vez que a linguagem esteve, há longo tempo, submissa à

tirania dos discursos dogmáticos e do monismo de respostas que pretendiam à

validade universal e necessária.



Restrinjo minhas considerações a algumas questões,

com a intenção de contribuir ao debate franco, acreditando na urgência de um

posicionamento crítico, aberto, razoável e racional.







1 - A tecnociência e seus desafios.







Vive-se atualmente numa época paradoxal, quase numa

encruzilhada no processo civilizatório do Homo Sapiens. De um lado, a

sensação de potência maximal, e de outro lado, a percepção de fragilidade

geradora de incertezas. De um lado, os mais fascinantes e incríveis

constructos da mente humana, e de outro, a impotência dessa mesma mente em

“dar conta racionalmente” dessa nova realidade cultural e civilizatória. A

técnica é um dos produtos ambivalentes de nossa civilização, pois se, de um

lado libera o homem de enorme dispêndio de energia confiando-a às máquinas,

de outro lado vem subjugando a sociedade à lógica quantitativa destas mesmas

máquinas.



Podemos vislumbrar em nosso imaginário a época, já

próxima, em que o homem e a natureza serão transformados de modo radical

com toda a potência (possibilidade) da tecnociência, e seu universo de

manipulações, desde a manipulação genética, a manipulação das experiências

interiores, da afetividade, até a manipulação da atividade simbólica.

Estamos em plena era da simbiose crescente entre o homem e elementos

cibernéticos, dos futuríveis do projeto tecnocientífico, era em que Alvin

Tofler se pergunta: qual será o sentido do conceito “humanidade” quando o

homem for em parte protoplasma e em parte transistor? Engana-se quem

acredita que o processo da hominização tenha findado. Ao contrário,

acelera-se bruscamente.



Estamos em presença de algo especialmente

intrigante - um novum. Uma força, um sistema, um campo, que é bem real e que

desperta em nós sentimentos antagônicos: algo diante do que nos maravilhamos

e nos aterrorizamos. Pode-se denominar, de modo genérico, o projeto

tecnocientífico, ou simplesmente a tecnociência.



A ordem da tecnociência tem levado o homem a se

confrontar com possibilidades e problemas que são únicos em nossa época. A

exuberância dessa nova ordem proporciona ao homem uma expansão da capacidade

técnica jamais vista anteriormente cuja “potência” (no sentido de poder e de

possibilidade) vem provocar um abalo mais que tangencial no modo de existir

do ser humano. Ouso dizer que a realidade tecnocientífica, na sua

essência -- embora sendo reconhecida como uma criação do engenho humano --

pode produzir um abalo de ordem ontológica na existência dos homens. Em

outros termos, o ser mesmo do homem, tal como foi concebido até hoje em

nossa cultura ocidental, herdeira da filosofia grega, é colocado

integralmente em questão.



O homem é atingido na sua capacidade racional, no

seu pensar, pois as categorias, epistemológicas e éticas, até hoje quase

soberanas como armas para a compreensão de tudo, encolhem-se em sua carência

e até impotência, deixando-nos perplexos. A celebrada capacidade

auto-proclamada de juízo ético encontra-se enfraquecida e até estéril.

Abalado em seus princípios categoriais, que até o momento eram tidos como

seguros e, para muitos, evidentes e inquestionáveis e ainda incapaz de

vislumbrar novos padrões e fundamentos explicativos e normativos, o homem é

acometido por estranha esterilidade de reflexão crítica, vendo descentrar-se

o eixo ordenador de seu universo conceptual que é a razão. Assim, apega-se a

antigos padrões categoriais anacrônicos e ineficazes. Há claro descompasso

entre as conquistas tecnocientíficas e o quadro conceptual e valorativo,

descompasso ocasionado pela velocidade e pela complexidade das mudanças na

ordem tecnocientífica. As inovações tecnocientíficas têm trazido em seu seio

mudanças profundas no ethos das sociedades nelas envolvidas.



O que subjaz ao avanço inegável da tecnociência

nesse últimos anos? Dentre os vários fatores, destaco apenas este: o desejo

de conhecer, natural ao homem, reconhecido desde Aristóteles, em sua

Metafísica, até nossos dias. Jacques Monod, eminente biólogo francês,

reconhece “um ideal que transcende o indivíduo, a ponto de justificar, se

necessário, que o indivíduo a ele se sacrifique” (Acaso e necessidade). Há

concordância hoje de que o desejo de conhecer (e a pesquisa como busca de

novos conhecimentos) é um empreendimento natural ao homem. Assim, a

investigação deve ser encorajada e não freada. Uma das conseqüências do

projeto tecnocientífico foi, na atualidade, ter revelado que a ciência e a

tecnologia tornaram-se algo que interessa a toda a sociedade e não somente a

alguns indivíduos, cientistas ou não.



Pois bem, disso resulta a necessidade de renovação

profunda em nossa capacidade de juízo crítico, tanto no aspecto

epistemológico quanto no aspecto ético, para explicar e compreender, de modo

racional, as condições de possibilidade, de pertinência e relevância da

tecnociência em si, de seus constructos e o impacto ético-social para os

homens de uma sociedade. Aí surge o modelo Bioético como renovação profunda,

pois ,como diz Jacques Ellul, estudioso do fenômeno da técnica, “vivemos

numa sociedade sem comparação com aquelas que nos precederam, e as

experiências e os pensamentos dos ancestrais não podem nos servir para nada”

. E mais enfático, continua: “o homem de nossa sociedade não tem ponto de

referência algum de ordem intelectual, moral e espiritual a partir do qual

poderia julgar e criticar a técnica.” ( Ellul, J. ème p.352).



No campo das ciências biomédicas, dada a repercussão

imediata e muitas vezes complexa na existência das pessoas, o desafio para a

ética provocado pelo avanço da tecnociência é muito mais urgente e crucial.

Particularmente desafiadora é a problemática da pesquisa nesse campo, tanto

a pesquisa com fim de conhecimento como as com finalidade terapêutica. O

próprio termo “bio-medicina” já indica e traduz a estreita colaboração de

dois campos ou disciplinas; de um lado a biologia cujo objetivo é

essencialmente o aumento do saber, dos conhecimentos e, de outro lado, a

medicina, que se atribui, antes de tudo, uma finalidade terapêutica. À vista

disso, surge o problema de como administrar ou articular os embates,

muitas vezes tensos, entre o “estatuto do desejo de conhecer” e os

“conflitos de valores”.



É pertinente, diante do que até o momento foi

exposto, ter clareza no que concerne à diferença entre a ordem da

tecnociência e a ordem que poderíamos chamar simbólica. De modo

esquemático, a ordem simbólica assim se caracteriza: a filosofia grega nos

legou a teoria antropológica segundo a qual a especificidade do homem é a

linguagem.



O homem é ser de linguagem, hoje diríamos ser

simbólico. Isso significa que o homem relaciona-se com o mundo, com a

realidade, simbolicamente, atribuindo-lhes sentido através de símbolos pela

linguagem (logos). A maneira pela qual o homem se relaciona é denominada

“teoria” (a contemplação dos gregos ). Para a filosofia grega o homem era

entendido como de natureza “logo-teórica”. Entretanto, “o ser-no-mundo”

simbólico deixa o mundo tal qual é; não altera as coisas; o símbolo não

rompe a paisagem, não devasta as florestas, não manipula o ser vivo; ele dá

sentido, organiza, indica fins”.(Hottois, 1984, p.73).



Ao contrário, a relação técnica é, pela sua própria

natureza, eminentemente uma intervenção física, de manipulação cujos

resultados são mutações no dinamismo e na ordem “natural” das coisas. A

ordem da técnica, enquanto tal, vale dizer, na sua tecnicidade, furta-se a

intervenções ou determinações ideológicas, portanto da ordem simbólica.



As intervenções da ordem tecnocientífica têm sido

ressentidas como mais violentas e até inumanas. Uma vez que até hoje tem

sido comum admitir-se que o homem é “naturalmente”, isto é, por natureza, um

ser simbólico, tais intervenções têm sido tachadas como eminentemente

anti-naturais. E por essa razão têm provocado resistências até mesmo

rejeição: é a tecnofobia. Sendo, então, o homem um animal “naturalmente”

cultural, porque simbólico, qualquer desenvolvimento ou alteração para

melhor podem ser efetivados unicamente por meios culturais, isto é,

determinados pelo símbolo. Qualquer manipulação simbólica (a educação

doutrinária, a propaganda ideológica, etc.) não só é aceita mas considerada

legítima e moralmente válida.



Agora, um projeto de intervenção genética ou química

visando erradicar defeitos genéticos ou controlar a agressividade é tachado

de demoníaca! “Tal recusa, afirma Hottois, é de tal modo enraizada na

consciência coletiva que não se aceita sequer examinar, mesmo que fosse a

título de hipótese legítima, se a agressividade ou a desigualdade

intelectual dos homens não teriam alguma base genética ou mais geralmente

biológica, que, por definição, nenhum dispositivo cultural simbólico jamais

iria modificar. (Hottois-1984.p.76).



Tal sentimento de recusa se externa em palavras de

ordem, cujo lastro reside numa ideologia culturalista-historicista inspirada

pela concepção do homem como ser falante e simbólico. Já está cristalizada a

concepção segundo a qual o futuro do homem está no interior da história ; em

outros termos, só há evolução no interior da linguagem, do logos, e são

aceitas somente metamorfoses de sentido.



Se para a filosofia e ciência gregas, essencialmente

logo-teóricas -- o correlato era o ser como “objeto que se dá”, isto é, a

physis - a natureza, para a tecnociência o correlato será agora a

plasticidade do objeto manipulável. A theoria como contemplação era o modo

de relacionar-se com o real. As tecnociências vieram inaugurar um outro tipo

de presença, a presença eminentemente ativa. Ao racionalizar o mundo natural

ele o transforma em mundo técnico. A ontologia é o dizer -- teoria -- do

ser. A tecnologia é o fazer, o construir o ser.



Eis a magnitude do desafio frente ao qual o homem

atual deve tomar posição. Gestada e moldada durante séculos num seio

cultural da ordem do símbolo, esta mesma cultura gera -- graças exatamente à

extraordinária criatividade de seu engenho e de sua capacidade intelectual e

racional -- um projeto incrível que é a tecnociência, trazendo em seu seio a

ruptura com este passado, com essa história cultural. “A ordem simbólica é

petrificada de valores e de condições, de normas e de interditos, de regras

e de determinações: theoria e axia fixam os limites do possível e do

permitido, assim como o sentido do necessário e do obrigatório. A cultura e

a história cristalizam em torno de tais linhas de força que o reino técnico,

de acordo com sua natureza, ignora e destrói. (Hottois, 1984, p.148).



Perplexo, o homem vê irremediavelmente abalada a

monumental construção -- cultural -- de seu existir. A questão “o que é o

homem?” ou, “quem é o homem?” toma outra linguagem e direção: agora importa

indagar: “o que vamos fazer do homem?”, “o que o homem pode esperar?”. O

vetor tempo, do passado volta-se par o futuro .



As interpretações de cunho religioso do fenômeno

técnico devem ser igualmente submetidas a rigoroso exame crítico, pois

procedem “de uma ilusão regressiva que embora atribua à técnica uma

densidade e uma importância corretas, tendem a recusá-las globalmente e

sobretudo reduzi-las a uma forma puramente simbólica de perigo: através da

técnica a humanidade pecaria por orgulho, presunção, desmesura” (Hottois,

1984, p.102). O homem vem lutando por sua autonomia, relativizando qualquer

heteronomia que transcenda a sua condição humana, mormente a de caráter

religioso. Os mitos de Adão no paraíso e de Prometeu não podem nos intimidar

em nossa capacidade de enfrentar e criar o novo. Reiniciar sempre algo novo:

eis o nome de nossa liberdade. Adão ousou ultrapassar os limites ao comer o

fruto da arvore proibida em busca de sabedoria; Prometeu roubou o fogo dos

deuses para entregá-lo aos homens. Ambos foram severamente punidos. Seria

isso presunção, orgulho, desmesura? Ou não será uma visão caolha que não

nos deixa ver que o homem é um ser extraordinariamente fascinante e

criativo?











2 - O surgimento do paradigma bioético.







As grandes mudanças ocorridas no campo cultural desde o

Renascimento e o Iluminismo, mormente com a questão dos Direitos do Homem, e

de outro lado, o desenvolvimento das inovações da tecnociência, mormente no

campo específico da biomedicina e das pesquisas na biotecnologia provocaram

abalos com diversas conseqüências:



Limito-me a apontar um exemplo: alterações tanto na prática e

procedimentos biomédicos no serviço à saúde e vida humanas, quanto no âmbito

das pesquisas no campo da biotecnologia. Estas alterações trazem no seu seio

novos questionamentos que rompem e extrapolam substancialmente o campo da

biomedicina.



Novas reflexões se impõem tais como: o sentido da vida e da

morte, o custo da saúde, o direitos das pessoas e o respeito à sua

autonomia, ou a questão mais densa - qual o sentido da autonomia na economia

do existir humano?; as responsabilidades pessoais e profissionais. O

ineditismo da problemática leva a um alargamento do questionamento. Mesmo

conservando sua especificidade, o campo biomédico defronta-se com a nova

realidade vendo a problemática de suas ações, decisões e pesquisas

repercutirem em diversas direções. A problemática já não é exclusivamente

adstrita à competência da perícia no âmbito da prática biomédica; ela é

simplesmente humana, implica cada indivíduo e no conjunto, toda a sociedade.



Reconhecemos a importância do horizonte da revolução

científica moderna a partir do século XVII para o surgimento da tecnociência

neste final de milênio. Não podemos, no entanto, furtar-nos à constatação de

que o horizonte cultural também sofreu profundas transformações a partir do

século XVII até nossos dias. O reconhecimento deste duplo horizonte é

indispensável para compreendermos a gênese ,o sentido e as tarefas da

Bioética.



A cultura medieval centrava-se em torno da idéia de

ordem, herdada da filosofia grega -- (cfr. Platão, A República). Isso

abarcava a natureza, os homens, a sociedade. A ordem natural era formalmente

boa. O uso “desordenado”, por exemplo do corpo ou de suas partes, era mau.

Especificamente as relações medico - enfermo, como relações humanas ou

sociais deveriam seguir a ordem. Tal ordem presente na era medieval não era

unívoca, uma vez que nela o médico era sujeito agente enquanto que o enfermo

era sujeito paciente.



A ordem estipulava que ao médico cabia “fazer o bem”

e ao paciente cabia “aceitar o bem”. A relação era, então, uma relação de

beneficência. O médico pretendia oferecer um bem “objetivo”, vale dizer, a

restauração de uma ordem natural. Assim devia impô-lo ao paciente, mesmo

contra a vontade deste. Se este não desejasse tal bem isso se devia a um

erro subjetivo seu, paciente, e que não merecia os mesmos direitos de

verdade objetiva. (cfr. Diego Gracia, 1990, p.374 e seg.). Na relação

“medico-enfermo” o médico era ao mesmo tempo um agente técnico e um agente

moral, enquanto que o paciente era aquele que necessitava de ajuda técnica e

ética.



Voltando à obra de Platão -- A República -- o

governante impunha os valores aos demais membros da cidade, da polis. Era um

soberano absoluto. Ao obrigar aos súditos o cumprimento das ordens morais

impostas, o governante não fazia outra coisa do que proporcionar-lhes a

liberdade. Tal é a justificação moral do absolutismo político. Substituindo

o termo governante pelo termo médico e o de súdito pelo de enfermo, teremos

a imagem fiel daquilo que se conheceu como o despotismo esclarecido do

médico (idem).



A modernidade substituiu a idéia de ordem pela idéia

de autonomia, e a ordem natural pela ordem moral. Com a descoberta dos

direitos humanos, outras alterações se impuseram. A partir do Iluminismo

afirmou-se o caráter autônomo do indivíduo chegando-se à definição do

princípio de liberdade moral: todo indivíduo é um agente moral e deve ser

tratado e respeitado como tal. E mais, ao surgimento do pluralismo político

e religioso acrescenta-se o pluralismo moral e ético como direito humano.

Assim, moral alguma poderá impor-se aos seres humanos contra os ditames de

sua consciência. “O santuário da moral individual é insubornável” (cfr.

Gracia, idem, p. 376).



A partir do século XVIII, o Ocidente tem conhecido

grandes revoluções de caráter democrático. Tal espírito democrático que se

instalou na sociedade civil somente há pouco tempo, é o que parece, vem

conquistando um lugar no âmbito da medicina. As relações médico-enfermo

parecem pautar-se mais pelos parâmetros da República de Platão do que

propriamente por relações de cunho democrático. O paciente tem sido

considerado incompetente físico e moral, devendo, portanto, ser conduzido

pelo seu médico nesses dois campos.



Somente há pouco tempo é que os pacientes têm tomado

consciência de seus direitos como agentes morais autônomos e responsáveis.

Parece irreversível a consciência que todos temos de que uma sociedade com

base na autonomia e na liberdade de todos os seus membros só poderá ser

plural e pluralista, vale dizer, seus membros terão opiniões políticas,

morais e religiosas bem diversas, e ,além disso, respeitarão a diversidade e

a pluralidade dessas posições adversas. Ademais, tal sociedade, será

necessariamente secularizada uma vez que se torna praticamente impossível

qualquer uniformidade no campo religioso (cfr. Gracia, 1990, idem).



A conseqüência disso é que as relações

“médico-enfermo” tendem a ser conflituosas, uma vez que se aceita que os

membros de uma sociedade são agentes morais autônomos com critérios

distintos sobre o que é bom e o que é mal (Gracia, 1990, idem).



O critério de “beneficência” (do lado médico) deverá doravante

articular-se ao critério de “autonomia” (do paciente), e ambos com o

critério de justiça (da sociedade) para todas as tomadas de decisão.



Tais desafios estimulam profundamente a criatividade

dos indivíduos. Assim surgiu um novo modelo, um novo espírito cujo postulado

básico é a exigência de multiplicidade de perspectivas e de pontos de vista,

divergentes, sim, porém não dissociados ou disjuntos.



Dada a complexidade das situações singulares e

únicas, e dada a imensa variedade de fatores presentes e indispensáveis; e

mais, a exigência de uma percepção e uma decisão mais adequadas para uma

determinada ação terapêutica ou para um projeto de pesquisa referente a

estas questões complexas, impõe-se um novo paradigma pelo qual seria

possível discutir e deliberar tais questões sem que nenhuma das perspectivas

detivesse, a priori, o monopólio da solução supostamente verdadeira. As

pessoas e suas vidas, o seu viver e seu morrer, as decisões sobre sua saúde,

enfim decisões que as tocam diretamente não podem mais estar encerradas no

estreito limite de uma disciplina ou de uma profissão.



A pluralidade de análise das questões é exigida pela

complexidade e diversidade das sociedades e da própria humanidade. Embora

se trate de questões relativas a todos os indivíduos, são questões que

encerram no seu âmago problemas de valor, de sentido e de fins e não podem

receber respostas legítimas monopolizadas. O campo da bioética se estende,

portanto, além da ética ou da deontologia médicas.



Não se trata, pois de uma nova disciplina - para um

novo “objeto de estudo”. No meu entender, a bioética é um modelo de

abordagem, um espírito que preside uma “comunidade de discussão ou de

diálogo” (As Comissões de Bioética), visando a tomada de decisões de caráter

ético tanto no aspecto terapêutico como no aspecto de pesquisa. A bioética

exige, pois, para a sua eficácia, o reconhecimento efetivo das interações

múltiplas, organizadas sistemicamente entre os agentes, fatores, aspectos e

dimensões que, embora divergentes, são interdependentes. (Guy Bourgeault,

1992, p. 41).



Concretizada numa pluridisciplinaridade, a bioética

se move no necessário confronto transversal em vista da discussão e da

tomada de decisão. A bioética procura outros fundamentos além daqueles

clássicos apresentados pela metafísica e pela religião. Autonomia é sua

característica básica, e seu modo operacional de interação reprova qualquer

verticalidade hierárquica. A pluralidade e a diversidade são ao mesmo tempo

a garantia e a condição de possibilidade da liberdade e de seu efetivo

exercício.



Enquanto que a unidade e a homogeneidade podem levar

(e a história recente nos mostra sobejamente) a totalitarismos

escravizantes, a pluralidade na Bioética alimenta-se para seu pleno

exercício no discurso eminentemente dia-logal e de interconexões

horizontais. Suas decisões são relativas, mas não arbitrárias. Aí não teria,

então, consequentemente, lugar para o discurso despótico e hegemônico, mesmo

que o déspota seja esclarecido e competente. Aliás a competência deixa de

ser uma característica do indivíduo singular, e passa a ser característica

coletiva.



A bioética vem inaugurar, portanto, um novo espírito

ético, renovado e sem ilusões, onde exista novo espaço de liberdade exigido

expressamente pelas interrogações cruciais novas, e em consonância com esse

espírito, um horizonte de criatividade onde a pluralidade tenha lugar e seja

reconhecida de direito e de fato. Acredita-se na necessidade desse novo

modelo que permita distinguir e não dissociar e saiba fazer comunicar o que

é distinto. Um método que leve em conta o caráter multidimensional da

realidade gerada pela tecnociência no campo biomédico.



A sofisticação e a complexidade dos resultados do

avanço constante da tecnociência, tanto na teoria como nas suas

aplicações -- sobretudo na área da biotecnologia -- de um lado, e a rapidez

desse progresso, de outro, inquieta profundamente a opinião pública e gera

nela a necessidade de segurança mínima em face desses novos saberes e dos

novos poderes. O descompasso entre os produtos da tecnociência e a

incapacidade de compreensão de seu alcance pode gerar aquilo que certos

autores denominaram com justeza de “angústia cultural”.



Os indivíduos, ao experimentarem a sensação de

perda de domínios sobre os novos saberes cada vez mais inatingíveis, e

percebendo que suas aplicações se alastram com grande rapidez, sentem a

necessidade de um quadro de racionalidade e de um discurso ético que lhes

assegurem a possível igualdade entre todos.



A “angústia cultural” geradora em potencial de fatos

e decisões irracionais (p. ex. a tecnofobia, responsável pela reprovação

generalizada e irracional da tecnologia avançada) poderá ser esconjurada de

modo satisfatório a partir do modelo da Bioética, com as Comissões de

Bioética, onde a chance de se encontrar referências comuns aumenta. Porquê?

Pela simples razão que o saber disponível a uma minoria se articulará

“bioeticamente” com os direitos pretendidos por todos os indivíduos, a

saber, a liberdade, a autonomia, a justiça (cfr. Anglois - 1992: 158).



Sob o novo paradigma bioético a convicção

compartilhada da dignidade do homem, base da moral (só os homens se

reconhecem direitos) e do direito (só os homens organizados podem fazer

reinar o direito) reinstaura a ciência biomédica no contexto humano,

convencendo-se, é o que se espera, a aceitar novas estratégias que

substituam aquelas relações de poder e de interesses corporativistas (idem,

158).



Tais mudanças na ordem tecnocientífica e na ordem

simbólica ou ideo-cultural precipitaram, nos últimos anos a necessidade de

revisão no campo da ética. Na realidade, poucos são os pensadores que não

reconhecem que a ética filosófica passa por uma situação paradoxal

justamente frente à ambigüidade que caracteriza nosso atual momento

civilizatório. Otto K. Apel, filósofo alemão, assim descreveu a situação

paradoxal em que se encontra a filosofia moral: sob a pressão exercida pelos

avanços tecnocientíficos que afetam o destino da espécie humana impõe-se com

extrema urgência uma ética universal; mas, ao mesmo tempo, a tarefa

filosófica de fundar racionalmente uma ética universal jamais foi tão árdua,

até mesmo desesperada (cfr. Apel, O, - 1994: 71).



Por que o empreendimento é desesperado?



Como foi dito acima, o espírito democrático de

nossas sociedades atuais implica o pluralismo de opiniões presente também

no campo da ética. Tal pluralismo é um valor a título de “respeito das

diferenças”. E, segundo Apel “o desenvolvimento de um espaço público de

discussão crítica, e da ciência aí incluída, ampliou a brecha entre o que

diz respeito à verdade objetiva (por exemplo os dados científicos sobre os

quais é possível estabelecer um consenso racional) e aquilo que diz respeito

a preferências individuais tais como as escolhas éticas privadas

(irracionais) (cfr. Largeault – 1992: 12).



Mais recentemente, o teólogo americano T. Engelhart

pondera que não temos mais em comum nem uma tradição religiosa unânime nem

aquilo que desde o século das Luzes se denomina de crença universal da lei

moral inscrita no seio da natureza humana. Vivendo no pluralismo, não

podemos, em sã consciência, presumir que todos tenhamos a mesma idéia de Bem

e de Mal. Afirma ele, a meu ver de modo um tanto desconcertante, deve-se

muitas vezes tolerar por razões morais aquilo que nós próprios condenamos

por razões morais” (p. 12). “Uma análise, pondera ele, filosófica dos

debates bioéticos revela opiniões profundamente divididas. Inúmeras

perspectivas ideológicas e religiosas dão respostas específicas às questões

morais levantadas pelas discussões bioéticas.



Na medida em que essas respostas específicas não

podem ser justificadas em termos gerais de análise e argumentação racional,

cavou-se um abismo entre a bioética da filosofia não confessional (secular)

na generalidade, e as análises feitas a partir do âmago de perspectivas

religiosas e ideológicas específicas” (Engelhardt. J.R. -1986: VIII).







Conclusôes





1. O projeto tecnocientífico inaugurou nova etapa no processo

civilizatório do homem. Tal projeto de saber e de poder gerado pela ordem

simbólica ou logo-teórica e contemplativa convive com esta durante um certo

momento e poderá vir a ultrapassá-la em futuro desconhecido. Isso gera

incertezas. A bioética surge justamente por ser levada em conta a natureza

prática do projeto tecnocientífico.



No âmbito da biomedicina, a tecnociência, através do

novo espírito que lhe é inerente, tem se revelado de modo mais intenso como

a “compulsão ilimitada do possível” (Hottois) na expressão “encarniçamento

terapêutico”. Como conseqüência, nesse campo, o desejo e a liberdade de

investigação têm sido percebidos como nas bordas de um buraco anti-ético,

devido ao chamado imperativo técnico, segundo o qual deve-se fazer tudo o

que é possível.



2. A bioética é o lugar onde se expressam, por

excelência, as articulações entre a ordem simbólica e a ordem

tecnocientífica. A situação vivida nas ultimas décadas revela um fato

curioso: duas forças aparecem cada uma tentando sobressair-se à outra e

ambas com inclinações dogmáticas e hegemônicas. De um lado, os práticos das

tecnociências e, de outro lado, muitos teólogos, ou de modo mais geral,

pensadores vinculados a alguma esfera religiosa. As religiões são, na

realidade, práticas e teorizações simbólicas (Deus é verbo e o verbo criou o

mundo). As relações entre esses pólos testemunham, por vezes, embates de

antagonismo: tecnolatria versus tecnofobia. Na verdade, foram teólogos que

ocuparam lugar destacado no campo emergente da bioética e apresentaram

reflexões mais profundas sobre a tecnociência. E igualmente, foi a partir

da religião ( não importa o credo ) que se levantou a reação mais forte e

determinada



( a partir de uma perspectiva da ordem do simbólico ) ao projeto

tecnocientífico a ponto de atingir quase a total hostilidade generalizada

à tecnociência.



A tarefa da Bioética tal como a concebo é

relativizar os pontos de vista, levando em conta o pluralismo e as

diversidades, rejeitando qualquer pretensão de resposta hegemônica. No

embate das posições contraditórias não se propõe como solução a supressão de

um dos lados em detrimento de outros; ao contrário, nesse mesmo embate

incentiva-se o respeito às diferenças; todos são mantidos no diálogo, são

incluídos como partes indispensáveis no processo de discussão e de

deliberação.



Entendo que a Bioética, em outros termos, tenta

resolver a esterilidade de posições dogmáticas exacerbadas, ao reunir, numa

“comunidade de comunicação” onde existe “reconhecimento recíproco de pessoas

como sujeitos de argumentação”, todos os pontos de vista ou interpretações

conflitantes. Engelhardt, na obra supra citada, se exprime de modo claro e

incisivo quando afirma: “Como o mundo não parece estar a beira de adotar uma

ortodoxia particular, e se não se lhe impõe uma ortodoxia, como no Irã e na

URSS, a bioética vai desenvolver-se inevitavelmente como uma dinâmica de

racionalidade não confessional numa época de incertezas.



O mesmo é dizer que discussões abertas e pacíficas

entre grupos divergentes, como os ateus, católicos, judeus, protestantes,

marxistas, heterossexuais e homossexuais, a propósito de problemas de

política pública respeitantes aos cuidados com a saúde não poderão deixar de

conduzir a uma linguagem neutra comum. A bioética está a ponto de criar a

língua franca de um mundo preocupado com os cuidados da saúde mas desprovido

de um ponto de vista ético comum” (idem p.5).



Se aceitarem o espírito dessa “dinâmica”, dessa

língua franca do modelo bioético, ambos os lados, com suas teorias,

princípios, símbolos, dogmas, com seus sonhos e utopias, reconhecerão a

relatividade e não a universalidade de suas concepções, e poderão assim

assumir o diálogo racional.



Esse diálogo, esse discurso comunicativo e não

impositivo, atingirá algum ponto mínimo de acordo possibilitando, assim, uma

baliza normativa a ser multiplicada e visando a formação de um quadro de

regulamentação ética, mesmo que sempre provisória, para a pesquisa e para a

prática biomédicas. No aspecto metodológico, a bioética insiste no caráter

procedimental e dialógico inerente a esse tipo de comunidade comunicacional.

Vejam-se a atividade comunicacional e a ética da discussão de Otto Apel e

Habermas.



Desse modo, nas Comissões de Bioética, poderá

florescer novo impulso de criatividade normativa. Normatizar significa,

aqui, passar da teoria à prática, e realçar a prática ao nível da teoria por

meio das discussões constantes, onde as convicções divergentes podem buscar

certa convergência. Nesse sentido, a norma representa o geral e a prática o

singular, o caso concreto. Normatizar significa, ainda, tentar encontrar

regras e normas pertinentes a cada caso singular e, possivelmente adaptando

a norma a situações imprevistas.



O debate em bioética tem se tornado um laboratório

ideal onde as divergências teóricas no campo da moral e da ética e,

especificamente no campo bioético da ética do agir médico e da pesquisa

biomédica com fins cognitivos ou com fins terapêuticos se encontram.



O debate revela, segundo Hottois, “o pluralismo das

nossas sociedades tecnocientíficas e estabelece a inexistência de qualquer

fundamento comum, de qualquer argumentação capaz de conduzir todos os

membros de uma tal sociedade a compartilhar as mesmas convicções sem

constrangimento ou violência” (cfr. Hottois).



A bioética representa a procura de uma outra posição

da ética quando se rejeita a fundamentação de caráter teológico ou

metafísico. É emblemático que o grande esteio para as reflexões e para o

próprio espírito da Bioética, vale dizer, a Declaração Universal dos

Direitos humanos, de 1948, renuncie a qualquer fundamento teológico ou

metafísico comum e explícito. Trata-se antes de um conjunto de princípios

sobre os quais os homens podem entender-se na prática. Na impossibilidade de

se acordar sobre um fundamento absoluto comum pode-se buscar consensos na

prática.



Pretender formatar a bioética com um viés

fundamentalista -- tradicional e dogmático -- o que fazem muitos teólogos e

especialistas vinculados a esferas religiosas ou os metafísicos -- significa

desviar da especificidade das questões em seus contextos. A dinâmica, o

espírito da bioética, ao contrário, nos convida a substituir a perspectiva

fundamentalista por uma outra a “perspectiva reguladora” a fim de

possibilitar a criação de uma ética pública comum.



Se perguntado, respondo que um dos passos éticos

fundamentais é o da entrada na “comunidade comunicacional” onde, segundo

Apel, há o reconhecimento recíproco de pessoas enquanto sujeitos de

argumentação. Aceitar a discussão ética já denota a libertação do

isolacionismo dogmático e o reconhecimento da validade das perspectivas

diferentes (da sua). Isso não deixa de ser uma maneira de retomar os

“Direitos do homem”. “A norma fundamental do reconhecimento de todos os

homens enquanto pessoas é virtualmente implicado pela norma do

reconhecimento recíproco dos parceiros da discussão” (Apel - apud Fagot, p.

23).



A Bioética pretende sair-se vitoriosa em face da

moderna versão do desafio da Esfinge: responde ou morrerás. E o fará

buscando um justo meio entre posições extremas, ambas tão inúteis quanto

ineficazes, vale dizer a posição de uma esfuziante tecnolatria de um lado e

a inconsequente tecnofobia de outro.







28 de setembro de 1997



Bibliografia





Apel, Karl O. Estudos de moral moderna. Petrópolis . Ed.Vozes1994. Ed.

original 1973



Bourgeault,G. Qu’est ce que la bioéthique? em Parizeau, M.H.-(org.). Les

Fondements



de la bioéthique. Ed. De Boeck Université, 1992.

Bruxelles. Bélgica.



Engelhardt, J. R. The foundations of Bioethics. Oxford, Oxford Univ. Press

1986.



Fagot-Largeault, A. La reflexion philosophique en bioéthique. Em Parizeau,

M. H. (org.)



Les fondements de la bioéthique. Ed. De Boeck

Université. 1992.



Bruxelles, Bélgica.



Hottois, G. Le signe et la technique . Paris. Ed. Aubier Montaigne, 1984.



von Zuben, N. A. Compreensão e bioética. in “Pro-posições.” Revista da

Faculdade de



Educação, Unicamp. Vol.6 no.3, nov. 1995. p.5-18.







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Message: 2

Date: Thu, 18 Jul 2002 04:44:25 -0300

From: "Crispassinato"

Subject: ENC: Careers Spotlight







-----Mensagem original-----

De: Scientific American Careers [mailto:newsletters@sciam.rsc03.com]

Enviada em: quinta-feira, 18 de julho de 2002 04:41

Para: crispassinato@infolink.com.br

Assunto: Careers Spotlight





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Message: 3

Date: Thu, 18 Jul 2002 11:46:18 -0300

From: "Crispassinato"

Subject: ENC: Comentário à matéria: Alimentos no Microondas





-----Mensagem original-----

De: Ivã Antonio [mailto:iva-antonio@uol.com.br]

Enviada em: quinta-feira, 18 de julho de 2002 10:21

Para: "Undisclosed-Recipient:"@toole.uol.com.br;

Assunto: Comentário à matéria: Alimentos no Microondas







Mensagem Inicial:





Vejam! Para todos que usam microondas.

No canal 2 esta manhã, apresentou-se o Dr. Edward

Fujimoto, do Hospital Castle. Ele é o gerente do Programa de Bem Estar

daquele hospital e falou sobre dioxina e os males que causam.

Ele disse que não deveríamos aquecer alimentos no

microondas usando recipientes plásticos. Isto se aplica a alimentos que

contenham gordura.

Explicou que a combinação de gordura, alta temperatura e

plástico, contamina o alimento com dioxina, que será liberada nas células

do nosso corpo.

Dioxinas são cancerígenas e altamente tóxicas à células do

nosso organismo.

Ele recomenda substituir o plástico por recipientes de

vidro, vitrificados ou cerâmica, que produzem o mesmo resultado, sem a

dioxina.

Então as embalagens de alimentos congelados, sopas e

macarrões instantâneos, etc. devem ser removidas e aquecidos em outros

recipientes.

Papel não causa malefícios, mas, como não sabemos sua

composição, é mais seguro usar vidro temperado, vitrificado etc.

Lembrou quando restaurantes de comida rápida substituíram

embalagens de isopor por papel. O problema da dioxina foi uma das causas

da troca.

Passe a seus familiares e amigos.





[Pelo químico Gilmar Trivelato]:

Dioxinas são compostos formados pela queima ou incineração

de compostos de cloro e hidrocarbonetos. Por exemplo, a queima de PVC pode

formar dioxinas. Portanto, o argumento abaixo somente procederia se o

plastico usado tivesse cloro na sua molécula. Mesmo sendo possível, deve-se

verificar a probabilidade de isso ocorrer???... ai não disponho de

informações precisas... As microondas são energias que atuam apenas no

nível de vibração molecular... dificilmente teria energia suficiente para

quebrar ligações Carbono-cloro e formar novos compostos, e a energia

térmica resultante (devido a vibrações e deslocalmentos moleculares)

tampouco é suficiente para isto, exceto se houver energia localizada em

algum ponto... mas isto são apenas elucubrações minhas....



Em geral o processo de formação de dioxinas ocorre em

altos fornos (ex. a Mannesman teve um problema desse, quando eu participava

do COPAM), em fornos de incineração onde a quantidade de energia é

elevada... assim mesmo são formadas dioxinas em baixissimas concentrações,

tanto que a monitorização é extremamente complexa. Hoje no Brasil, sómente o

laboratório do CENPES-Petrobrás faz este tipo de análise.



Sem maior fundamentação acho que o artigo é exagerado e

não divulgaria sem ter informações mais detalhadas, com dados técnicos...



Qualquer dúvida procure no www.google.com usando o termo

"dioxin", aparece uma homepage sobre problema das dioxinas... e também no

site do EPA.



Espero ter contribuido com algum esclarecimento...



Um grande abraço



Gilmar







Agradecimentos a Valéria Fernandes pela

contribuição e a Cida pelo envio da msg inicial.

















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Message: 4

Date: Fri, 19 Jul 2002 00:45:07 -0300

From: "Crispassinato"

Subject: Menina Moleca - Cris Passinato - Tela Ségio Torreta e Seqüencia Midi Hiram Araújo Filho - Bola de Meia, Bola de Gude - Flávio venturine - Beto Guedes





Menina Moleca



Cris Passinato

Julho / 2002

RJ



Menina sapeca,

Para de pular a cerca,

Cantarolar sonhando,

Faz do controle

Do som

Um microfone.

Faz da mesa,

O seu palco.

Faz baderna nas roupas da mãe,

Acaba com os batões.

Vai fazer a lição de casa

Que amanhã a professora

Vai dar sermão.

Que a mamãe não se agüenta

Com você, não...

Não consigo, um só segundo,

Emburrar e lhe fechar a cara,

Com esse espírito e lindo sorriso,

Pedindo para brincar mais.

Mamãe não quer brigar,

Mas está na hora

De trabalhar...

Meu amor,

Não cresça...

Nunca deixe de ser assim, não.

Um poço de emoção...

Que apaixona e impressiona,

Mas pede licença a menina-moça,

Graciosa, mas tímida,

Não vai não...

Fica, meu anjo,

Fica com a Mamãe...

Fica sempre assim,

Moleca como uma boneca de corda,

Que quando queremos,

Nos faz colorir o mundo com sua meiguice.

Fica assim,

Pra mim,

Meu querubim...

Que cheira a jasmim,

Em meu jardim.

Amo minha boneca,

Sapeca,

Moleca,

Levada-da- breca.



Essa é uma homenagem a minha criança interior...

Essa menina, moleca, levada, que encanta, sou eu!



Visitem os sites dos autores, ao repassar, permaneçam dando-lhes os devidos

créditos.



E a imagem, e de um quadro à óleo que lanço em leilão do Pintor Sérgio

Torreta, e o seu lance inicial, passa a ser de R$30,00...



Visite o seu site e mande-lhe um e-mail e o maior lance será comunicado ao

comprador, com certeza.



Isso é uma iniciativa minha, em sua homenagem!

Todos Direitos Reservados ao autor e formatadora - Crispassinato - Copy

Right - Jul2002 - RJ



Menina Moleca

Cris Passinato

Julho 2002

Rio de Janeiro



---------------



Tela a Óleo

Sérgio Torreta

Matão

SP



---------------



Música formato Midi

Hiram Araújo Filho

Rio de Janeiro



---------------



Todos direitos reservados aos autores.







http://www.avbl.com.br



Estou no Fórum Poético Mundial:



http://www.forumpoeticomundial.hpg.ig.com.br



E no Usina de Letras:



http://www.usinadeletras.com.br



Sites dos autores:



http://www.Crispassinato.ubbi.com.br

http://www.quadros.hpg.ig.com.br/index.html



http://sites.uol.com.br/hiramar/





Os meus site alternativos, blog e o original, em construção:



http://www.poesiasdacris.hpg.ig.com.br

http://www.crispassinato.blogspot.com

















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