87 usuários online |
| |
|
Artigos-->O sapo e a princesa -- 04/06/2002 - 14:09 (Clóvis Luz da Silva) |
|
|
| |
O sapo se esgoela e diz: “amo-te ó linda princesa!”
Como resposta recebe um beijo que o transforma
Em fezes transgênicas, confundidas com bosta pura!
E assim caminha a humanidade em ações animalescas
Quero a princesa em doses homeopáticas
Deliciar-me com a fina carne que só os ricos consomem
Acompanhada de um vinho de séculos e queijo da Suíça
Quero arrotar como prova do sabor divino do prato
E depois quero vomitar pra aliviar o estômago
Não desejo a diarréia em respeito à delicadeza
Do tecido que reveste a parte terminal do intestino grosso!
Que grosseria sem fim!
Não quero amenidades com o romantismo
Sou deveras estúpido pra agüentar
Flores e corações borbulhantes sobre a cabeça
Desejo antes de tudo a estupidez e o asco
Quero ser objeto de toda a ira dessa mulher
Ela que é tomada de trejeitos esquisitos
Maneiras estranhas de sorrir e andar
Tem nos lábios sempre uma ironia
E nos olhos um brilho zombador
Vejo em sua alma um tribunal implacável
Que julga os homens pela aparência deles
E esquece da prova imaterial que emana do coração
Não quero mais ouvir a voz da princesa
Seu canto não mais me atrai
Desejo continuar sapo e assim observar
O rumo que a humanidade toma
Com a total segurança de um observador asqueroso!
|
|