Esse é o nome de um documentário onde animais indefesos, encurralados e praticamente em vias de serem devorados, conseguiam milagrosamente escapar, através de uma brecha salvadora, após um cochilo ou bobeada dos seus predadores. Mais uma vez a semelhança da lei da selva com o nosso cenário político é inconteste.
Quantas grandes escapadas já presenciamos durante todos esses anos de locupletação explícita e dilapidação dos cofres públicos?
Quando os meliantes são flagrados ou denunciados pela mídia, monta-se um esquema fenomenal para apurar os fatos e cobrar responsabilidades. Tem-se então a falsa impressão de que a justiça será feita, no entanto os advogados dos “meliantes” sabem exatamente o caminho das pedras, a saída de emergência oculta nas entrelinhas, propositalmente(?) deixadas no texto constitucional, e o que se vê são escapadas espetaculares e com o mérito de levarem consigo intacto todo o produto do roubo.
Só não há escapada à vista para o ladrão de galinhas e para o sonegador de pensão alimentícia. Para esses a cana é dura.
A sociedade já não agüenta mais ver esse filme onde os bandidos sempre trapaceiam as autoridades e vão viver impunemente à sombra da ineficiência de nossas leis, que não atendem aos interêsses públicos. E pensar que as leis são em tese atos legislativos perfeitos e acabados que devem possuir atributos intrínsecos como eficácia e a supremacia do interesse público sobre o particular.