
Dentre alguns e-mails que recebi
(poucos, pois a maioria das pessoas não se interessa por sentimentos desta natureza)
me indagaram se Ketylin era sempre assim com aquela carinha de tristeza
que se percebia nas fotos que inseri posteriormente à minha publicação
de alguns anos passados...
Como eu já havia explicado
a Borboleta Azul
já partiu deste planeta há três anos e meio...
Eu não tinha fotos dela.
Quis o destino que eu e o pai dela nos encontrássemos,
após tanto tempo.
Conversei com ele sobre meus textos e tive autorização
para revelar a identidade de Ketylin
e ainda ganhei fotos dela.
Séria ou sorrindo... minha adorada aluna-poeta
era de uma meiguice sem igual. A filha que eu gostaria de ter...
Sua morte deixou-me um vazio impreenchível
marcado pela grande lição que ela
em tão tenra idade
conseguiu passar para quem com ela conviveu:
apesar de saber de sua doença fatal, era destemida, participava de excursões...
Quando perdeu os cabelos, não quis disfarçar; apenas usava um pequeno boné...
Nas fotos aqui tinha 15 anos... Os cabelos já haviam nascido e parecia que,
depois da amputação da perna, tudo tivesse voltado ao normal.
O destino, porém, reservou-lhe apenas mais três anos de vida.
Recolheu-se desta vida, aos dezoito, após uma longa cavalgada pelo campo de um hotel-fazenda
onde fez seu último passeio...
Teve saudades do céu...
E voou para as estrelas...

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Um anjo chamado Ketylin
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