ESTUDOS CULTURAIS NA PÓS-MODERNIDADE
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NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
Introdução:
Com a chegada da modernidade, chegada essa que diverge para com os autores de livros de História, já que uns acham que foi com a queda de Constantinopla, atual Turquia, que era a capital do Império Romano no Oriente e que foi tomada pelos turcos em 1453 e outros, com as grandes navegações, aonde os europeus chegaram a América em 1492. Esse período da Idade Moderna estendeu-se até a vinda da Revolução Francesa (1789).
Estudos Culturais:
A partir dos Estudos Culturais, a sociedade é remontada em uma nova fase: a Pós-Modernidade. Antes da Modernidade, deduz-se que os indivíduos possuíam uma espécie de identidade cultural coletiva, onde cada um, de certa forma, conseguia se ver ou se projetar no outro nos seus simples modos de vida. Isso porque, havia uma interação cognitiva muito grande nos universos simbólicos, manipulados exclusivamente pela igreja e pelos monarcas. Com o advento do Iluminismo, fase essa que instigou o pensamento humano, tornado o homem um ser racional, revolucionou a maneira do homem pensar e ler o mundo. O Renascimento e o Iluminismo, detonado ao mundo na Revolução Francesa, trouxe inovações revolucionárias nos campos da jurisdição e das artes. Mas em um aspecto negativo, essa nova fase trouxe consigo um aparato de novos modos de vida. O homem tornou-se mais individualizado, fragmentando-se a sua própria sociedade. Também pluralizou indefinidamente os signos, afastando o entendimento social devido à distinção dos universos simbólicos. Conseqüentemente a própria sociedade se individualizou.
As identidades culturais, distintas e metamórficas, fazem com que o homem já não se reconheça mais no outro e muitas vezes até em si mesmo. A velocidade “atômica” da vida, reproduzida a partir dos meios de comunicação que constroem e escrevem a história, fazem com que o homem pós-moderno, transcenda a sua comunidade e tenha acesso a outras. Devido a essa transcendência mais abstrata do que real, o indivíduo constrói para si identidades diferenciadas, ou seja, nos tornamos mais atores de nós mesmos do que somos capazes de reproduzir nossas próprias vontades. Vontades essas, que podem ser rejeitadas pelos demais simplesmente por não ter uma aceitação comum entre todos, por isso a necessidade de representação de si mesmo.
O que se fala hoje, pode não ser mais aquilo que se falará amanhã. O homem tornou-se um ser contraditório e conflituoso, não conseguindo manter indissolúvel suas opiniões a cerca da realidade. Mas a metamorfose veio à tona na mente humana e se tornou parte do pensamento do homem, agregou-se a ele. Mas como diria Guimarães Rosa, paradoxalmente ao texto “o melhor da vida é que ela muda sempre”.
Nós que aqui estamos por vós esperamos:
Fazendo uma relação do filme de Marcelo Mazagão com os Estudos Culturais na Pós-Modernidade, podemos notar a nítida diferença de identidades sociais e culturais entre as diferentes nações exibidas no vídeo. As imagens evidenciam como o homem lida com as diferenças, ele não as aceita, quer impô-las.
As guerras, meio mais antigo de obtenção de poder, são práticas também de adversidades e diferenças humanas. Diferenças essas que como já citamos, não se trata de nada além de diversidades sociais e culturais, abrangendo concomitantemente a essas duas também a diferença econômica.
Tendo chegado ao fim, não delongarei por mais linhas, apenas gostaria de ressaltar que deveria valer o espírito humano da solidariedade, que no decorrer das rotações da terra, o homem foi deixando apagar de sua memória. Sentimento sublime para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Mas não falo aqui do efeito de dar esmolas, não essa solidariedade comum no imaginário das pessoas. Mas a solidariedade social, que se perde na sutileza de mentiras artificiosas de alienadores que fazem vista grossa aos efeitos atrozes dessas diferenças, que tornam cada vez mais o mundo numa comunidade de desajustados, aliados da fome e da miséria, vivendo mergulhados numa identidade da qual não faz parte a espécie humana.
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