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Artigos-->MEMÓRIAS DE UM EXTRA-TERRESTRE - 2 -- 15/06/2004 - 13:14 (Marco Antonio Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Parte 2



Minha mãe, uma macaca!



Assim vim ao mundo material pela primeira vez.

Era uma savana da África, quente e empoeirada, repleta de animais selvagens.

Minha mãe, um ser que se encontrava fisicamente na encruzilhada entre os alienígenas que visitaram este planeta num remoto passado e os símios produzidos por milhares de anos de evolução animal, não tinha uma inteligência muito grande, como de resto os outros membros do grupo em que vivia, mas tinha um instinto muito desenvolvido, e um grande amor por sua cria.

Esta é uma característica marcante nesta espécie, os laços emocionais tendem a se manter além da necessidade de proteção da prole, coisa que se vê em alguns outros espécimes, mas são muito raros.

Não tinha muita consciência do que me havia acontecido, mas após o parto feito num galho de árvore, lá estava eu a mamar enquanto ela se alimentava com cupins e larvas de um tronco velho.

Minha cabeça era muito grande para os padrões da espécie, e o corpo não a suportava direito, ficando pendida para um lado ou outro, o que causava grande desconforto.

Minha mãe tentava segurar-me melhor que podia, mas sempre deixava que eu batesse com a cabeça em algum lugar.

Novata que era na maternidade, era rejeitada pelas mais experientes, e até mesmo pelo macho dominante, por ter tido um filho deficiente.

Com algumas semanas de nascido, o grupo migrou para um bebedouro, pois a água começava a minguar na estação seca.

Acompanhando de longe as manadas de antílopes, o nervosismo tomava conta do grupo todo, pois junto com eles vinham os leões.

Procuravam manter uma distância estratégica, seguindo perto dos arbustos, o que dificultava um possível ataque dos leões.

Eu ia crescendo, desenvolvendo minha capacidade física e conseguindo manter minha cabeça ereta. Minha inteligência era maior que a dos outros filhotes de mesma idade, mas a agilidade era muito menor.

Nas bricadeiras-treino eu sempre levava a pior, mas demonstrava minha capacidade de observação e solução de problemas, sempre com um intúito de beneficiar o grupo.

Minha mãe já contava com uma grande prole quando eu entrei na adolescência.

Já sendo um indivíduo apto a procriar, a pressão do macho dominante, meu pai, para que eu e outros abandonassemos o grupo, era crescente e violenta.

Finalmente aconteceu.

Eu e outros três machos finalmente fomos expulsos do bando e tomamos um caminho que nos levaria a grandes aventuras e perigos.

Eu era mesmo o mais inteligente e perspicaz, mas o que contava mesmo naquele meio era a força bruta.

Nas disputas iniciais um dos grandalhões se firmou como líder, e eu fui mantido como uma possível isca para feras que viessem a perseguir o bando.

Como o mais débil, seria difícil para mim escapar de um ataque de leões.

Não tardou a acontecer que as feras nos atacassem, mas ao contrário do que era esperado, eu logrei escapar, assim como o líder também, mas seu companheiro preferido caiu presa dos carnívoros, permitindo que os demais escapassem.

A busca por comida e água tomava todo o tempo do bando, mas agora havia também uma grande necessidade sexual.

O líder então começou a nos guiar de volta ao bando, guiado pelo instinto.

Iria desafiar o macho dominante, e formar controlar seu harém.

Na primeira vez que nos confrontamos, o grupo em peso nos rechaçou, mas com a insistência, a pressão que passamos a fazer sobre o macho dominante terminaram por minar sua auto-confiança, e em mais uma investida ele foi abatido.

O bando foi então submetido ao novo líder, jovem e viril, e nós, os acompanhantes de exílio adolescente, estávamos prestes a sermos expulsos.

Numa noite meu companheiro carregou uma fêmea jovem à força para a mata, desaparecendo.

O bando ficou desestabilizado, e as fêmeas mais velhas não queriam copular com o novo macho dominante.

Num ataque de leões, um grnade estrago foi feito em todo o bando, e na confusão, consegui escapar com duas fêmeas e seus filhotes.

Seguindo para a mata fechada, cada vez mais úmida, formamos um novo clã, que perdurou até a minha morte.
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