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Artigos-->MEMÓRIAS DE UM EXTRA-TERRESTRE - 1 -- 14/06/2004 - 13:49 (Marco Antonio Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Parte 1



Não quero me encarnar neste planeta.



Lá estava ele, azul e muito belo.

Não posso negar que essa jóia que fica girando em torno de si mesma, não é atraente.

Mas em que eu fui me meter.

Melhor teria sido se eu me desintegrasse.

Se não tivesse sido tão violento e intransigente, se não tivesse transgredido as regras de conduto por tanto tempo, ainda estaria em meu pequeno lar, menor que esse planeta azul, mas com a diferença de ser meu planeta natal.

Aqui reina a barbárie.

- Já viu os corpos dos seres mais evoluídos? É brincadeira, parecem uns macacos!

Meus companheiros de desdita estão apavorados, e eu também.

Dizem que uma raça superior esteve aqui muito tempo antes e fez experiências genéticas com seres deste mundo, criando uma raça híbrida, que ficou abandonada à sua própria sorte, e que agora começa a sobrepujar as demais, com o desenvolvimento gradual de uma rudimentar inteligência.

Nós, os recalcitrantes, estamos espiando nossa imprudente decisão de não seguir os ditames da nova ordem instalada em nosso planeta de origem.

Privados que fomos de nossos corpos tridimensionais, viajamos por uma fresta de tempo, na chamada quarta dimensão.

Chegamos a esse ponto do universo com o objetivo de aprender mais a virtude da humildade e ao mesmo tempo, desenvolver esta que será a raça dominante do planeta.

Este pode até parecer um relato de cunho espiritualista, por mensionar coisas que os homens não podem comprovar cientificamente, ainda, como a reencarnação, mas de fato o que faço, como extra-terrestre, é mostrar um pouco do que tem sido minha vida no planeta Terra, nos últimos quinhentos mil anos.

Olhando a bola azul se aproximando, lágrimas sentidas me socorreram, enquanto eu me lembrava dos amados seres que deixei para trás, e que por muito tempo estaria privado de ver, como até hoje não os reencontrei.

Um companheiro me consolava, enquanto eu me intranqüilizava pela sorte que teríamos neste mundo grosseiro.

- Não quero me encarnar nesse planeta, nesses animais. Vou acabar com todos os corpos que me forem destinados.

- Caro amigo, considere que esse sentimento foi o motivo primeiro de teres sido expurgado do nosso planeta. Se continuas assim, serás um pária daqui até que venha ocorrer um novo expurgo, dessa vez aqui também, porque a roda da evolução irá passar por este mundo, e levará para longe os que não tiverem alcançado a iluminação necessária para continuar evoluindo conforme ditam as normas universais.

- Você é sensato. Não sei como também fostes expurgado.

- Para te ser sincero, minha sensatez é pouca para compensar os constantes momentos de insanidade e fúria aos quais me entregava com prazer.

A nave se aproximava de um imenso deserto, e uma terrível força gravitacional puxava para baixo nossos frágeis e fluídicos corpos de coloração leitosa e meio translúcidos, à semelhança de amebas, porém com braços e pernas, esquálidos, e uma grande e ovalada cabeça, de onde se projetavam nossos olhos negros e enormes.

A hora de sermos ejetados para a superfície do planeta estava chegando.

Foi-nos dito que seríamos carregados pelos ventos tetradimensionais até encontrarmos os seres que nos forneceriam corpos adequados ao início de nossas penas.

Estaríamos por nossa conta e risco, vivendo separadamente, com o total esquecimento do passado que nos proporcionaria viver diversas experiências, diferentemente de nosso mundo, em que a consciência havia suplantado as barreiras da personalidade e vivíamos no mundo da vigília absoluta.
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