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Artigos-->Narciso Acha Feio O Que Não É Espelho -- 12/04/2004 - 20:07 (Isabela Fani Dias) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caetano Veloso, em uma de suas mais famosas canções, Sampa, criou inteligentemente o trecho: “... quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto/ chamei de mau gosto o que vi de mau gosto o mau gosto / é que Narciso acha feio o que não é espelho”. Caetano referiu-se à mitologia grega, em especificidade ao rapaz Narciso, que segundo a enciclopédia BARSA (Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.), “a lenda de Narciso, surgida provavelmente da superstição grega segundo a qual contemplar a própria imagem prenunciava má sorte, possui um simbolismo que fez dela uma das mais duradouras da mitologia grega”.



“Narciso era um jovem de singular beleza, filho do deus-rio, Cefiso, e da ninfa Liríope. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco -- segundo outras fontes, do jovem Amantis -- e seu egoísmo provocou o castigo dos deuses”.



Narciso curvou-se um dia sobre as águas límpidas de uma fonte, para saciar a sede, viu sua imagem refletida e apaixonou-se por si mesmo. Suas vária tentativas de aproximar-se de seu belo rosto levaram-no à frustração e à morte, pois quando tentou tocá-lo, quando tentou agarrá-la, desequilibrou-se caindo assim dentro da fonte e morrendo afogado, morrendo por causa de sua imagem que não possuía nada de profundo e só estava na superfície. Segundo o mito, Narciso transformou-se então na flor que tem o seu nome, que nasce às margens de um rio.



Há ainda outra versão da lenda na qual Narciso contemplava a própria imagem para recordar os traços da irmã gêmea, morta tragicamente.



Mas foi a primeira versão, no entanto, a versão tradicional, reproduzida no essencial por Ovídio em Metamorfoses, que foi transmitido à cultura ocidental por intermédio dos autores renascentistas.



Freud, que baseava muitos de seus conceitos analisando mitos gregos, considerou-o como sendo uma explicação daquelas pessoas que só amam a própria imagem. Mas o que nos parece simples, claro e até óbvio, nos revela grandes interpretações.



Há medida em que amadurecemos, nosso caráter vai se moldando, se formando e, lembrando que, todos nós somos uma mistura de todas as experiências vividas - tanto boas quanto ruins - e que pertençam ao nosso meio.



Fica difícil saber o que é certo e o que é errado, o que é bonito e o que é feio... Já que esses conceitos são nossos, individuais; por exemplo, talvez algo que seja certo para mim não seja para você e vice-versa, porque interpretando o que Caetano disse, achamos feio tudo o que não se parece conosco, tudo o que não nos remete à nossa imagem, tudo o que é diferente de nós, de nossa cultura, do meio em que nascemos, de nossas experiências pessoais, podemos dizer que assim surgiu o feio.



Mas feio mesmo é quando não conseguimos ser quem somos e ficamos, apenas, na superficialidade e vivendo à sombra dos outros. Feio é quando não conseguimos enxergar o que de bom há no interior das pessoas. Feio é ver ser humano matando ser humano, é não nos respeitarmos e nem respeitarmos as nossas diferenças e não termos a consciência de que cada um é cada um, que todos somos diferentes.



Feio é negar que somos racionais, mas que também possuímos emotividade. Feio mesmo é querer que os outros sejam aquilo que nós somos, já imaginou se todos nós fôssemos iguais? Da mesma cor, altura, jeito, ...? Vale lembrar que até os clones possuem diferenças. Com certeza, se todos nós fôssemos iguais a vida passaria a ser muito chata e nada teria sentido!



Comentários e sugestões: ifanni@ig.com.br.



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