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Artigos-->1,99 - Um supermercado que vende palavras -- 20/03/2004 - 02:49 (Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O cinema deixou de ser arte faz muito tempo.

O cinema HOJE é diversão, é entretenimento, o cinema de Hollywood é fetichista, é pobre em conceitos edificantes e ricos em conceitos consumistas, está o tempo todo querendo vender a si mesmo aos produtos que seus personagens se utilizam e seus estilos de vida.

Mas ainda existem algumas exceções que te estimulam a pensar e a formular suas próprias conclusões, sem lhe impor idéias prontas, formulas ou clichês já tão desgastados, mentiras repetidas até virarem verdades, não que sejam a última maravilha do mundo,mas são filmes mais sinceros.

Com isso em mente você pode escolher aos filmes que quer assistir, se escolher o caminho do entretenimento e a diversão, não estiver afim de pensar e curtir a alienação(que até tem seu charme depois de uma rotina de trabalho desgastante), os filmes de Hollywood são a melhor pedida, ENJOY!

Agora se você estiver com outros interesses, quiser pensar um pouco, tem os outros filmes, é esse 1,99- Um Supermercado Que Vende Palavras é um desses filmes que não primam pela imagem e pelos efeitos especiais aliás, os efeitos especiais acontecem na sua mente, estimulando você a pensar e não escancarando algo aos seus olhos.

Mas quem não está acostumado a filmes-conceito, filmes teatrais ou filmes que fogem da esquematização “normal” pode estranhar muito o filme, de tanto ver filmes Holywoodianos nos acostumamos às orgias de imagem, ao óbvio e ululante, ao suspense ralo e as formulas de sucesso como os binômios ação-romance, drama-guerra, patriotismo-redenção do herói e etc e com finais felizes e com lições de moral que só atendem a interesses e não para o bem dos espectadores..

1,99 é um filme sem falas entre os personagens, eles se relacionam de uma outra forma, a história se passa num supermercado totalmente branco onde as pessoas circulam para comprar fetiche, ou seja, slogans, ou seja, palavras.

Eu sou um apaixonado por palavras e como um apaixonado por palavras fui atraído a assistir o filme para investigar o poder das palavras, e cheguei a uma conclusão temporária que elas podem ser maravilhosas, mas ao mesmo tempo podem ser destrutivas quando vendem algo ou alguma idéia.

O filme fala basicamente sobre o consumo e sobre os slogans que se tornam muito mais importantes que os produtos em si, porque vendem um conceito, um padrão aos seus consumidores, depois de assistir ao filme tenho certeza que você irá prestar mais atenção as propagandas e a decifrar os slogans, o filme fala sobre a compulsão do comprar, da idéia que está tudo a venda, que o ato de consumir algo vai satisfazer as nossas VERDEIRAS necessidades.

Existem cenas que valem o ingresso, porque a ficha só cai depois que você pensa sobre o assunto e não são precisos efeitos especiais para se chegar a uma conclusão:

Há uma cena onde um homem vai sacar dinheiro num caixa eletrônico e introduzir o cartão na fenda do caixa eletrônico iguala-se, portanto, ao ato sexual em si, ele vai esfregando o cartão na fenda e o rosto na tela parece que vai sentindo prazer, como numa masturbação até o dinheiro sair e satisfazer por completo o homem que o saca e o rosto na tela.

A filosofia do” eu sou o que possuo”, do assassinato das nossas individualidades ,da tentativa de nos reduzir a números e um mínimo divisor comum, de unificar nossos padrões de comportamento e necessidades, a tentativa de nos condicionar a consumir o que não precisamos..enfim está tudo lá em referencias que te estimulam a pensar profundamente.



http://andre.aquino12.blog.uol.com.br

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