Mais uma explosão em mesquita. Outro dia, foi em sinagoga. Em muitos outros dias, aliás. Em mesquitas e sinagogas. Explosões ecumênicas - perdão pelo humor negro.
Fazem lembrar os incêndios nos lugares onde os cristãos se reuniam, sob o Império Romano. Também eram incendiados.
Parece que não evoluímos muito. Escolhem-se ainda os mesmos lugares, matam-se por razões ideológicas e os que vão primeiro são os que não têm muito a ver com a política. Foram ao templo para rezar, rever amigos, conversar com seu deus.
Foram-se os tempos em que se entrava numa igreja para sentir elevação espiritual com o aroma de incenso, ou das flores ou pelo ar santo que ali se espalhava (para os católicos), ou em que se entrava numa sinagoga para ouvir o cantor em sua liturgia cantada à luz de velas (para os judeus), ou em que se entrava numa mesquita para sentir os tapetes sedosos sob seus pés e descer o corpo até a testa tocar o chão colorido pelos fios entremeados (para os muçulmanos).
Foram-se os tempos em que os templos eram lugares tranqüilos e não alvo de tempestades balísticas.