Não podemos negar a função terapêutica da Usina de Letras. A sua proposta de entretenimento, estímulo à criatividade, empatia e reflexão podem vir a propiciar um grande avanço existencial. No entanto, em rápida passagem pelo site, li algo classificando-a como terapia.
Trata-se de um ledo engano!... Práticas terapêuticas, tais como caminhar, tocar um instrumento musical e participar numa comunidade de escritores como a nossa não substituem, em hipótese alguma, a demanda para um acompanhamento psicológico, psicanalítico ou psiquiátrico. Nesses casos, o melhor a fazer é procurar uma terapia com profissional competente...
Apresento a quem se equivoca (e insistentemente se degladia ávida e cruelmente com aquele que se permitir) um bom motivo para essa decisão: além das "benesses" que a redução do sofrimento psíquico acarretaria, permitiria a existência de um link facilitador para aqueles que buscam apenas distração e interação saudável.
Caso o argumento não baste, que se perceba a diferença entre um "chat" (tantos propícios para o desafogar de sentimentos agressivos e insistentemente neuróticos...) e a demanda dos milhares de escritores que, apesar de insatisfeitos e retirantes, não se manifestam. Muitos julgam que fazê-lo seria infrutífero, perante uma compulsão maníaco-obssessiva de provocação persistente, supostamente irônica e perversa.
A impressão que tenho é de que o alcance da Usina fica subestimado pela falsa impressão de que ela consiga atingir apenas meia dúzia de pessoas das quais supõe-se haver traçado um perfil de demanda. E é através do correio eletrônico e de contatos telefônicos que desenvolvem-se as apreciações "em off ". Explicita-se então o cansaço..."Que pena...a Usina...Era tão bom! Éramos felizes e não sabíamos!"