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Artigos-->O que é Semiótica? -- 13/11/2003 - 09:12 (Caixa do Pregão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SEMIÓTICA - Charles Sanders Peirce

Brasília, Taguatinga DF

outubro de 2003







Introdução



Este trabalho foi pesquisado principalmente no livro O que é Semiótica de Lúcia Santaella. E o que vem a ser isso, Semiótica? Semiótica é a ciência que estuda todas as linguagens, desde a linguagem humana: verbal e não verbal como também a linguagem inumana: a binária, dos computadores e a linguagem da natureza: dos ventos, das flores, etc. Esta ciência teve como pai o cientista-lógico-filósofo Charles Sanders Peirce que era químico, matemático, físico, astrônomo, biólogo, geólogo entre outras, que se forem todas citadas, ocuparão mais algumas linhas sem necessidade para este trabalho.

Peirce era acima de tudo um lógico, como podemos notar pelas ciências citadas a pouco, todas, exatas. Peirce começou a se interessar pelo assunto, quando era um adolescente. Certa vez entrou no quarto de seu irmão mais velho, viu um livro de lógica e se apaixonou. Para ele convinha entender a lógica das ciências, que de acordo com o período histórico, cada ciência se adapta a realidade e sofre alterações, contudo, essa lógica permanece. Peirce morreu como um homem qualquer, sem dinheiro e reconhecimento pela sua vasta obra dedicada às ciências que tanto amou. Na verdade, ele estava à frente de sua época e por isso não teve o mérito que merecia de direito. Talvez, se tivesse dedicado apenas a uma ciência, conseguiria a honra que hoje o atribuem. Com a sua morte, muito de sua obra se perdeu, mas graças a pesquisadores como Max H. Fisch, filósofo norte americano, que tenta reconstituir arduamente a obra de Peirce, que pode ter chegado a 80.000 páginas e que dessas, foram publicadas em vida por ele apenas 12.000. No decorrer das décadas, depois de sua morte, apenas perto de 5.000 páginas entre fragmentos mais ou menos arbitrariamente selecionados por entre essas 80.000, foram publicadas. Só agora uma edição cronológica da produção de Peairce está sendo iniciada por pesquisadores norte-americanos para restaurar senão a integralidade, pelo menos a integridade do seu pensamento original.





Conceitos:



O nome semiótica vem da raiz grega semion, que quer dizer signo. Semiótica é a ciência dos signos, não o do Zodíaco, mas signo linguagens. Num conceito mais amplo, a semiótica é a ciência geral de todos as linguagens.





Signos: classificações



Para que não confundamos, é preciso esclarecer: existem dois tipos de signos, este que estamos estudando através deste breve trabalho sobre semiótica, que é uma coisa que representa outra coisa; e os signos dos Zodíacos, que é o caminho percorrido no espaço por todos os astros do firmamento. Recentemente, li um livro que achei interessantíssimo, é ele: Breve história da medida do tempo de Marcos Chiqueto. De acordo com o artigo, O triunfo da Lua de Isaac Asimov, citado no livro, descobri que a primeira ciência inventada pelo homem foi à astrologia e conseqüentemente, vieram a numerologia, a matemática e todas as outras ciências.

Quando os nossos antigos ancestrais eram apenas coletores de alimentos e não tinham a capacidade de usar seu cérebro para se destacar sobre os outros animais, não passavam de meros seres vivos. Mas quando o homem de milhares de anos começou a entender que durante um período existia o dia e outro, à noite, iniciou ai a jornada humana em dominar a medida do tempo e a face da terra.

“Para os homens de milhares de anos atrás, a imagem do céu estralado à noite era um espetáculo fascinante, e nas constelações eles viam formas de animais e deuses. O céu era visto como uma esfera de cristal onde estavam incrustadas as estrelas, daí o nome firmamento. Todas as estrelas tinham posições fixas nessa esfera, e o Sol e a Lua se moviam por ela. Havia também alguns corpos celestes que se movimentavam no meio das estrelas, mudando lentamente de posição ao longo dos meses e anos. Esses corpos foram chamados planetas, o que significa errantes em grego.

Para os antigos, o Sol, a Lua e os planetas eram deuses que se moviam pelo céu e determinavam a sorte dos homens. Conheciam cinco planetas, que até hoje têm nome de deuses: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Mas o Sol, a Lua e os planetas não andavam de qualquer jeito pelo firmamento, caminhavam somente por uma estreita faixa chamada Zodíaco. Os deuses percorriam o céu e seu caminho era o Zodíaco.”(Marcos Chiqueto)





Signo Semiótica por Peirce e Lúcia Santaella





“Um signo intenta representar, em parte pelo menos, um objeto que é, portanto, num certo sentido, a causa ou determinante do signo, mesmo se o signo representar seu objeto falsamente. Mas dizer que ele representa seu objeto implica que ele afete uma mente, de tal modo que, de certa maneira, determine naquela mente algo que é imediatamente devido ao objeto. Essa determinação da qual a causa imediata ou determinante é o signo e da qual a causa mediata é o objeto, pode ser chamada o interpretante.” (Peirce)





“O signo é uma coisa que representa outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. Ora, o signo não é o objeto. Ele apenas esta no lugar do objeto. Portanto, ele só pode representar esse objeto de um certo modo e numa certa capacidade. Ex: a palavra casa, o desenho de uma casa, a fotografia de uma casa, a planta baixa de uma casa, a maquete de uma casa, a pintura de uma casa, um filme de uma casa, ou mesmo o seu olhar para uma casa, são todos signos do objeto casa. Não são a própria casa, nem a idéia geral que temos de casa. Substituem-na, apenas, cada um deles de um certo modo que depende da natureza do próprio signo. A natureza de uma fotografia não é a mesma de uma planta baixa.” (Santaella)



Os signos são todas as coisas, ou melhor, tudo aquilo que tem um nome e possa de alguma forma ser percebido e interpretado por um observador ou interlocutor.







Língua e linguagem



Não devemos confundir língua e linguagem, pois a língua se refere ao idioma de um povo ou nação. A língua está inserida na linguagem como uma das várias formas existentes de linguagens.







Ciências da linguagem



As mais recentes ciências da linguagem são:



- Lingüística: ciência da linguagem verbal como as formas de sintaxe verbal, transitividade direta, indireta ou intransitiva dos verbos. (conotação, denotação, ironia, etc.)

- Semiótica: ciência de toda e qualquer linguagem.







Linguagem verbal e não-verbal





- Verbal: a língua falada e/ou escrita.

- Não-verbal: objetos, imagens, gráficos, sinais, números, luzes, gestos, expressões, cheiro e tato, o olhar, paladar e do sentir.



Somos uma espécie de animal tão complexa quanto são complexas e plurais as linguagens que nos constituem como seres simbólicos, isto é, seres da linguagem. Contudo, somos seres simbólicos que estamos inseridos na linguagem e não o contrário.







Revolução Industrial



A Revolução Industrial, desenvolvida no século retrasado e que tanto marcou o século passado e o atual, caracterizou-se pelo domínio e controle da energia. Antes de ler o livro de Samuel Murgel Branco, Energia e meio ambiente achava que a revolução industrial era a ploriferação de indústrias e fábricas, se bem que também é, mas não é somente, e sim, a Revolução Industrial foi e é o domínio e controle da energia, sobretudo. Ela teve início no século XVIII na Inglaterra, por volta de 1720, devido às imensas minas de carvão que possibilitaram o uso de bombas a vapor para retirar água das próprias minas. Mas foi só no final daquele século que os aperfeiçoamentos feitos por James Watt (1736-1819) possibilitaram a prática desse princípio para movimentar máquinas industriais, embarcações e locomotivas.

A Revolução Industrial teve continuidade até nossos dias, sempre marcada por novas descobertas no campo da obtenção e controle da energia. Só lembrando, foi em 1945 que a primeira explosão atômica surgiu. Essa nova fase da Revolução
Industrial, ainda não inteiramente explorada e domesticada: a da energia contida na matéria, no núcleo atômico, vem sendo usada principalmente de forma estúpida e repressora; quase que com uma única finalidade, a bélica pelos grandes paises que dominam o manuseio dessa energia tão perigosa.

Mencionei o livro de Samuel Branco, que é biólogo, autor de vários livros que abordam questões ambientais e professor titular da USP, porque através dele, percebi o verdadeiro valor da natureza e que depois da Revolução Industrial, o meio ambiente será sempre tema mencionado nas grandes nações do mundo até a final dos tempos. Não o fim mitológico relatado na bíblia, mas o fim gradual da natureza e dos seres vivos, devido principalmente a Revolução Industrial. Tudo bem, isso pode levar séculos, mas poderia levar milhares, caso não fosse o aceleramento desse processo pelo homem e essa Revolução. Com esse “progresso” das máquinas, o meio ambiente é agredido diretamente, produzindo desequilíbrio ecológico, morte dos seres vivos e conseqüentemente, o caos da cadeia alimentar. Com a degradação do meio ambiente, (que já sabemos que existem inúmeros tipos de linguagens na natureza), deixarão de existir várias linguagens, assim como aquelas que já não existem mais (a das espécies de seres vivos extintos).

De três séculos pra cá (pós-Revolução Industrial), as invenções de máquinas capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens: fotografia, o cinema, os meios de impressão gráfica, o rádio, a TV, as fitas magnéticas, etc. povoaram nosso cotidiano com mensagens e informações que nos observam e nos aguardam. Apertando um simples botão, imagens, som, palavras, novelas, partidas de futebol, debates político, invadem nossa casa e chegam mais ou menos como a água, luz, etc. Mas não aprofundaremos nesse assunto que é tema da Indústria Cultural.











Linguagem Inumana





As linguagens binárias, de que as máquinas se utilizam para se comunicar entre si e com o homem (o computador) até tudo aquilo que, na natureza, fala ao homem e é sentido como linguagem. A linguagem das flores, dos ventos, dos ruídos, do silêncio, dos sinais de energia vital emitidos pelo corpo, a própria vida, que a partir dos anos 50 com a descoberta da estrutura química do código genético, é se não uma espécie de linguagem. Sem falar do sonho que, desde Freud, já sabemos que também se estrutura como linguagem.







“Para se ler o mundo como linguagem”





Peirce dizia, “vivemos num mundo de forças que atuam sobre nós, sendo essas forças, e se não as transformações lógicas do nosso próprio pensamento, que determinam em que devemos, por fim, acreditar”. As forças que Peirce fala, como já vimos, são linguagens. A Semiótica, através da fenomenologia, observa esses fenômenos analizando-os.

A Semiótica baseia-se na fenomenologia que por sua vez, serve como base fundamental para qualquer ciência, que observa os fenômenos e através da análise, postula as formas universais desses fenômenos.







“Abrir as janelas: Olhar para o mundo”





“Não há nada, para nós, mais aberto a observação do que os fenômenos. Entende-se por fenômeno qualquer coisa que esteja de algum modo e em qualquer sentido presente a mente, isto é, qualquer coisa que apareça seja ela externa (uma batida na porta, um raio de luz, um cheiro de jasmim), seja ela interna ou visceral (uma dor de estômago, uma lembrança ou reminiscência, uma expectativa ou desejo) quer pertença a um sonho, ou uma idéia geral e abstrata da ciência, a fenomenologia seria, segundo Peirce, a descrição e análise das experiências que estão em aberto para todo homem, cada dia e hora, em cada canto e esquina de nosso cotidiano”. É dessa forma que Lúcia Santaella inicia o capítulo, Abrir as janelas: Olhar para o mundo, que vem a falar sobre todas as categorias de linguagens a que Semiótica, baseando-se na fenomenologia de Peirce, resumiu em apenas três fases. A princípio, até o próprio autor não deu muita credibilidade a estes estudos, mas dezoito anos depois seus pensamentos amadureceram a ponto de poderem ser colhidos. Portanto, fenômeno é tudo aquilo que aparece à mente, seja real ou não.

A 14 de maio de 1867, depois de três anos que, muito mais tarde, Peirce confessou, em várias cartas, terem sido os anos de maior esforço intelectual de toda a sua vida, esforço mal interrompido sequer para o sono, vieram a público, num artigo nomeado “Sobre uma nova lista de categorias”, suas três categorias universais de toda experiência e todo pensamento.

Em 1867, essas categorias foram denominadas: Primeiridade, Secundidade e Terceiridade.



Primeiridade: a qualidade da consciência imediata é uma impressão ou sentimento individual, não analisável, inocente e frágil. Primeiridade é presente e imediato, de modo a não ser segundo para uma representação. Ele é fresco e novo, porque se velho, já é um segundo em relação ao estado anterior. Ele não pode ser articuladamente pensado; se afirmarmos um pensamento, ele já não é inocente, porque afirmações sempre implicam a negação de algo. Quando paramos pra pensar, aquilo que se refere a primeiridade já não existe mais.



Secundidade: qualquer reação já é secundidade: ação de um sentimento sobre nós e nossa reação específica, comoção do eu para com o estímulo. Quando qualquer coisa, por mais habitual que seja, atinge nossos sentidos, a excitação exterior produz seu efeito em nós. Tendemos a minimizar esse efeito porque nossa resposta a ele é na maioria das vezes sem discernimento. Quaisquer excitações, mesmo as vicerais ou interiores, imagens mentais e sentimentos ou impressões, sempre produzem alguma reação, conflito entre esforço e resistência.





Terceiridade: Compreender, interpretar e traduzir um pensamento em outro pensamento num movimento ininterrupto, pois só podemos pensar um pensamento em outro. É porque o signo está numa relação a três termos que sua ação pode ser bilateral: de um lado, representa o que está fora dele, seu objeto, e de outro lado, dirige-se para alguém em cuja mente se processará sua remessa para um outro signo ou pensamento onde seu sentido se traduz. E esse sentido, para ser interpretado tem de ser traduzido em outro signo, e assim sucessivamente.





Conclusão





Realizar este trabalho não foi tarefa fácil, porém, muito gratificante. Somente sobre este tema, semiótica, (que é bastante amplo) consegui inserir mais dois outros livros que já havia lido e gostado bastante. Também os sugiro para leitura.

Entendo que esta ciência, a Semiótica, foi de grande importância para a era cibernética, da qual os computadores fazem uso das linguagens binárias, html entre outras e também para os recentes estudos de psicologia. Com a postulação dos estudos de Peirce, ficou mais claro o entendimento de que tudo ou praticamente tudo, dá-se em formas de linguagens. Até mesmo a vida, através dos genes.







Bibliografia



SANTAELLA, Lúcia: O que é semiótica.

São Paulo: Ed. Brasiliense 18º, 2002.

Coleção primeiros passos.



CHIQUETO, Marcos: Breve história da medida do tempo.

São Paulo: Ed. Scipione 1996.



BRANCO, Samuel Murgel: Energia e meio ambiente.

São Paulo: Ed. Moderna 18º, 2001.

Coleção polêmica.

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