Não, isso não é um texto nostalgico, não. É a realidade contemporânea ditando novas regras.
E eu, perdida entre o vão existente entre a poesia e o resto do mundo, não sei o que fazer. As pessoas hoje me perguntam: "o que tem de mais em ter uma pedra no meio do caminho?". E eu nem mais sei o que responder. Antigamente eu até escreveria um conto de fadas sobre a pedra, e diria que tudo é relativo, que até as pedras podem nos marcar, nos fazer pensar na vida. Hoje já penso que não, que, na verdade, o autor de A Pedra devia ser um homem louco, que nada mais tinha para escrever.
E, de tanto achar tolos os romances, o amor e todos os outros sentimentos existentes neste universo, neste momento me julgo estúpida por pensar que escrevo para desabafar, falar de coisas que me deixam como uma louca qualquer. Escrevo não para lerem e sim como quem tem um diário, quase secreto, onde desaba e desabafa todas as suas loucuras. E meu diário é cadeado pelo meu anonimato.
No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. Talvez isso não lhe importe, mas eu não me importo com isso. Porque se isso foi importante para alguém, talvez possa importar-me também.
