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Artigos-->OS COMPULSADORES DO MEU ALTER-EGO -- 11/03/2003 - 18:50 (Daniel Cristal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS COMPULSADORES DO MEU ELTER-EGO

Daniel Cristal



Não deixo de aproveitar o ensejo, que vem neste momento a talhe de foice, para destacar alguns mestres universitários, que serviram primorosamente à minha formação literária, sendo eles: Helder Godinho, Maria de Lurdes Cortez, Isabel Pires de Lima, Salvato Trigo, Arnaldo Saraiva e José Augusto Seabra. O melhor incitamento à prossecução dos meus objectivos e gostos, foram as excelentes notas com que me brindaram no meu tempo de estudante nas duas Faculdades que frequentei, a de Lourenço Marques e do Porto. O primeiro despertou-me para a obra extraordinária de Vergílio Ferreira e para a Poesia medieval, a segunda maravilhou-me pelos métodos pedagógico e ensaístico revelados, uma virtuosa na exegese da crítica literária, a terceira pela capacidade surpreendente de trabalho demonstrado dum rigor primoroso, o quinto acelerou-me o gosto pela Literatura africana, já iniciado anteriormente pela Segunda muito aprofundadamente , o quinto espevitou-me o gosto pela Literatura marginal/izada, o sexto fez-me entender quanto uma inteligência pode abarcar e desenvolver pela oralidade e pela escrita (sendo este no entanto o mais avaro a classificar).



Em 1992, aposentado da função pública, e tendo começado a afastar-me das actividades privadas, nas quais fui gestor de Empresas e Negócios, arredei-me voluntariamente destas pelas náusea e repulsa em mim provocadas, ante a descarada imiscuição dos poderes financeiros estatais na devassa da minha actividade, inquisitorialmente persecutória, difamadora, que chegou a tentar conspurcar a minha vida privada, actuando sem a noção exacta do que é a honra e a dignidade das pessoas. Dediquei-me, a partir daí, a recolher, seleccionar e corrigir os trabalhos literários mais destacados publicados na Imprensa, investindo em criação noutros géneros literários.



Não seria completamente reconhecido e justo, se não chamasse à lembrança e colação, um excelente Amigo e colega do Colégio João de Deus com quem convivi no ano de 1994 e anos seguintes: António Jacinto Rodrigues, hoje Professor Catedrático na Faculdade de Arquitectura. Foi este Professor e Ensaísta que me ajudou a saber compreender, a gostar de olhar e ler espiritualmente pelas lentes mais íntimas e pessoais, as cidades, aldeias, carreiros, monumentos, sinais e paisagens, quando com ele percorri parte da rota da Peregrinação a Santiago, acompanhados pelas nossa mulheres, e me fez descobrir alguns saberes e roteiros experimentados dos esotéricos antropósofos europeus no Sul de França. Não poderia esquecer a talhe de foice, neste momento, um outro aguerrido lutador intelectual desde sempre, um bom poeta, e internacionalmente conhecido como ensaísta arqueólogo, um companheiro que tem animado alguma das digressões culturais que temos vindo a efectuar pelas terras portuguesas, desde 1994, e me tem ajudado a entender a História e a pré-História, é o Professor Eduardo Jorge Lopes da Silva, ex-colega do João de Deus e das lides jornalísticas da adolescência e da juventude. Foi ele o director do SINAL nesse tempo.



Em 1996, Vítor Nobre, jornalista de invulgar cultura, durante todo o ano, divulgou pela sua voz excepcional na dicção, várias poesias minhas na Antena 2, algumas divulgadas em simultâneo na Antena 1. A Revista Literária SOL XXI publicou poesias, ensaios e estórias, dirigida então pelo muito bom poeta Orlando Neves. Esta revista é agora dirigida pelos excelente Ensaísta e Professor Vítor Wladimiro Ferreira e a incansável e destacada poetisa Luísa de Andrade Leite, acessorados estes pelos talentosos: escritor e poeta Idalécio Cação, poeta Cândido da Velha, escritor Luís Filipe Maçarico e a romancista Pilar de Figueiredo. Nesse ano participei numa Colectânea de Contos desta Editora, assim como no Boletim dos Escritores de Gaia, onde um talentoso artista Agostinho Santos e uma excelente escritora, Anabela Mimoso, seus directores até há pouco tempo, me apoiaram desde o início com muita estima e generosidade.



Editado um "site" na Internet com o nome de Daniel Cristal, o mesmo vai encontrando o seu espaço de leitura, num trajecto planeado que poderá concretizar-se na edição em livro, qualquer dia, das obras consideradas nessa ocasião mais perfeitas e maduras.



Em Julho de 2001, enviei um texto sobre uma paraíso litoral moçambicano, a Ponta do Ouro, ao jornal PÚBLICO, em resposta a um desafio lançado pelo Suplemento FUGAS, designado por: QUAL A MELHOR PRAIA DO MUNDO, tendo sido o 1.º Vencedor, sendo-me na sequência oferecido o prémio de uma estadia no magnífico HOTEL DOS TEMPLÁRIOS de Tomar durante um fim de semana completo para duas pessoas, que foi muito bem aproveitado no início de Setembro.



Hoje, faço o que quero, me apetece e mais gostava antes da juventude e durante esta; leio, escrevo, crio, viajo, caço (cada vez menos), pratico ginástica e natação, convivo com os Amigos, os de longa data e os mais recentes, algumas vezes associo-me em excursões que partilho por esse Portugal fora e pelos Países originários da nossa Civilização.



Por todas as razões expostas nesta panorâmica experimentada de relações humanas, que definem com a possível objectividade, e num vasto âmbito de laços duradouros, a origem e a criação compulsiva e o desenvolvimento libertado do meu alter-ego, ponho em dúvida neste momento a vantagem ou a justificação prática da sua existência tendo como finalidade a oferta de alguma coisa de útil e agradável, agradável sobretudo, aos meus contemporâneos e conterrâneos; parece que me meti num terreno estéril, inóspito, endurecido pela competição desenfreada e pela ambição de gente com mais ou menos talento que deseja brilhar seja a que custo for, e assim ofuscar a variedade de temáticas diversas (receiam, creio eu, que outros lhes roubem algum espaço particular! E inundam-nos de referências, sempre as mesmas)... mais parece um terreno árido, cheio de vastas cordilheiras de calhaus, iguais àquelas que observamos no interior remoto deste País do fado, da desgraça mal disfarçada, do futebol e das telenovelas alienantes, das peregrinações medievais, onde medram a urze, o tojo o feto e a esteva (muito embora no percurso dos vales e dos baldios mal cultivados, servindo o gado, algumas papoilas e margaridas selvagens até dão lindas flores!); ou medram os lamentos, a bazófia, as queixas, os suspiros, a tacanhez, os e as ressabiados/as, a inveja, o dolo, os farsantes, a escola da vigarice, os videirinhos, os chacais da política, a má-língua, a obstrução religiosa muito disfarçada, a perseguição rasteira, o voyeurismo despudorado e a pedincha. Por cima de todo este o quadro negro, estão as aves de rapina, os iluminados, os grão-mestres, os plutocratas e oligarcas manuseando os videirinhos, os sabujos, os comissários, os fiscais e os chacais. Riscamos nesse quadro, apesar de tanta obscuridade, algumas palavras em giz branco na esperança de sermos lidos na diferença, e, tanto quanto for possível, propício e capaz, na inovação!



Como não estou dependente da escrita para coisa nenhuma, especialmente para a minha sobrevivência, e se escrevo é mais para mim do que para mais ninguém (de facto ensinaram-me ou fui eu que aprendi, já não sei bem!, que assim deve ser o escritor), fui concluindo em suma que a escrita não deve ter qualquer finalidade, senão ela mesma... De certo modo, este estado cultural do País até me diverte um pouco; não é que não gostaria de ser motivado para dar mais do que tenho de melhor e mais útil dentro de mim para servir de usufruto mais generalizado, mas ao preço em que esta luta está para se arranjar um lugar vago no palco seja em que linha for, por uma actividade tão precária, tão poluída (exceptuando alguns concorrentes, muito poucos), como esta na qual alguém tem de sujeitar-se a uma luta com a qual não se identifica, leva-nos sobretudo a passarmos a ser observadores cada vez mais afastados ou distantes... ela é, com efeito, a luta dos que precisam, dos que têm necessidade de sobreviver, às vezes do resto, dos que se esfarrapam todos por obter outra coisa qualquer; mas depois do estômago cheio, a ganância deve-lhes pedir a satisfação de qualquer ambição irrequieta, alguma luta feroz e voraz pela defesa dum território demarcado, no qual mijam os escolhidos todos os dias como os cães duma mansão privada, território esse que com o tempo cheira mal que tolhe de tantas mijadelas, uma luta intensa e corporativa, uma força cega e íntima, essa que faz parte da natureza humana e é indigna dos horizontes das abertura, liberdade e tolerância da espécie, porque redu-la, limita-a e egocentra-a com um sentimento que a conspurca por tudo o que se depreende a seu respeito e do que venho a expor. Por uma questão de precaução acrescida, não quero e não vou expor-me demasiado, nesta viagem que já vai longa e requer um porto de abrigo, e não entro na liça para não sair da luta diminuído sem necessidade nenhuma, ainda que sofra já de escoriações várias, as quais contudo não me afectam de morte.



Mais vale fazer as coisas com algum desportivismo, com algum fair-play, à inglesa, escrevendo uma coisas para mim e para alguns que me pedem para os informar sempre que houver novidades, rindo e sorrindo do estado extranormal com que a actividade literária se pinta para que as máscaras sejam bem nítidas e floresçam... e assim tornem este mundo interessante e divertido para o sentirmos e usufruirmos como um espectáculo teatral, um divertimento numa sala onde não é preciso pagar bilhete de entrada, o que neste caso é uma generosa dádiva da natureza humana deficiente, digna, em contrapartida, de ser extremamente apreciada e aproveitada. Vamos de alma satisfeita, assistindo a uma cómica peça gratuita num palco real onde podemos rir à gargalhada, ou sorrir se os protagonistas forem requintados. Não falta por aí quem goste de ser palhaço, bobo ou arlequim. Os mais sérios, creio eu, são os mais recolhidos, mas também há exemplares para todos os gostos.



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