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Artigos-->LULA PRESIDENTE -- 29/09/2002 - 11:30 (medeiros braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não é fácil deixar para trás a terra em que nasceu.

Porque o coração é grande e cada coisa está ali enraizada.

É a casa velha de taipa, o terreiro com algumas flores, a cerca que serve de varal.

São os cantos estridentes do canário, monótonos da rolinha e melodiosos do galo-de-campina.

A roça destruída pela seca, o gado pela fome, o caprino pela sede.

E ainda os olhos tristes do cachorro que já não pode acompanhar seu dono.

Mas, ele tem que partir... precisa partir... é obrigado a partir.

E olha tudo em volta.

Pela última vez ouve o chocalho da égua no baixio e respira o ar puro da sua terra.

Naquele momento tudo se comprime na sua cabeça, fazendo rolar lágrimas dos olhos.

E ele sai dali como uma planta, perversamente, arrancada pela raiz.



Alguém está por trás de tudo isso.

É o “político” que lucra com o voto barato,

O industrial com a formação de exércitos de reserva.

Eles, os que governam, fazem tudo sob medida.

Controlam a fome, as enfermidades, o nível de emprego e o grau de desespero.

Até a sede dos habitantes do semi-árido,

Até o “rebanho” dos que devem partir.

Os que partem vão fazer parte de exército de reserva,

Mas, são reservas, também, os que ficam.

Enquanto houver alguma cacimba de água salobra haverão de ficar ali,

Aguardando as ordens dos que governam.

Ordens essas que nem sempre demoram:

“O que?... os operários estão reclamando da sua remuneração?...

Querem cruzar os braços?... protestar nas ruas?...

Tudo Bem!... isso é um direito deles!...

Afinal, nós vivemos em um país “democrático”!...

Ministros, arrochem o semi-árido, parem com as obras,

Fechem as portas dos bancos, executem os devedores,

Precisamos dobrar a oferta de mão-de-obra!”

Sob efeitos da pressão e da ilusão,

E em busca de um “canaã” que não existe, muitos vão.





Mas, os políticos calculistas, maquiavélicos, também erram.

Por exemplo; eles jamais poderiam imaginar

Que, algum dia, entre esses retirantes

Pudesse estar alguém que os enfrentasse,

Que, com bastante firmeza, protestasse,

Que começasse, com convicção, a dizer não,

Como bem disse Vinícius

Do “operário em construção”

Ao descobrir que tudo era fruto da sua mão.



Como eles iriam saber que no meios deles

Era capaz de surgir um nordestino,

Um retirante do agreste pernambucano,

Que pudesse, um dia, ameaçar-lhes o poder?



Luiz Inácio da Silva?...

Eles nunca tinham ouvido falar,

Nem desejavam, afinal, para eles seria apenas

Mais um Luiz Inácio da Silva.



Pois, não é que o retirante,

Que se perdia na multidão,

Está pra ser governante?



E todo mundo está com ele,

Acreditando, firmemente,

Que as raízes das coisas

Da sua terra e sua gente

Continuarão, até mesmo,

Quando ele for presidente.

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